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Cerca de 60 servidores da educação em greve fizeram um apitaço, nesta terça-feira, exigindo que fossem recebidos no Ministério da Educação (MEC). A manifestação deu resultado: o ministro da Educação, Fernando Haddad, e o secretário executivo adjunto do Ministério da Educação (MEC), Ronaldo Teixeira, se reuniram com uma comissão formada por servidores do MEC, do Fundo Nacional de Desenvolvimento para a Educação (Fnde) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), para discutir a criação do plano de cargos e salários desses órgãos.

De acordo com a diretora do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Distrito Federal (Sindsep-DF), Marta Rosangela Alves, o calendário de negociações firmado com o ministério expirou em 30 de setembro e, por isso, um novo encontro foi exigido. A greve continua em mais de 30 universidades federais. "Nosso plano de cargos e salários está sendo colocado em segundo plano. Não queremos mais isso", reclamou a diretora.

Teixeira afirmou que "em momento algum as negociações deixaram de avançar". Segundo ele, o ministro assumiu na reunião o compromisso de receber novamente os manifestantes em dez dias. O secretário explicou que Haddad precisa desse tempo para conversar com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e articular uma solução para o impasse.

O objetivo é verificar se existe a possibilidade de o plano de carreira dos servidores do MEC ser integrado ao plano dos Técnicos Administrativos da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra), ou mesmo que seja criado um plano de carreira próprio para o MEC. Teixeira disse que a medida mais imediata será a tentativa de aumentar o valor das gratificações pagas aos servidores.

Segundo Rosangela Alves, durante os dez dias, os funcionários vão realizar paralisações de horas e de setores, além de organizar reuniões no próprio ministério. "Está muito claro para nós que a categoria que se movimenta, que se mobiliza e entra em greve, tem prioridade. E nós queremos prioridade", afirmou.

Em reunião na noite desta segunda-feira com os grevistas, o MEC tinha anunciado que só retomaria as negociações caso a categoria voltasse ao trabalho. De acordo com o diretor da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra), Agnaldo Fernandes, o governo não cedeu às pressões e manteve a proposta feita no início do movimento, dia 17 de agosto: o ministério sustenta o repasse de R$ 250 milhões para implantação do plano de carreira dos trabalhadores a partir de abril ou maio do próximo ano.

"Nós queremos R$ 320 milhões para o nosso plano de carreira até janeiro e outros R$ 100 milhões para incorporação de vencimentos básicos complementares (VBC), pagos a servidores com nível superior", disse Fernandes.

A proposta foi encaminhada aos sindicatos estaduais, que têm até sexta-feira para votar.

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