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Recife - A Secretaria da Educação de Recife (PE) determinou o recolhimento de um livro de educação sexual distribuído a alunos da 4.ª e 5.ª séries da rede municipal de ensino. A decisão foi tomada na terça-feira, devido a reclamações de pais de alunos, que consideraram a obra "obscena". O livro Mamãe, como eu nasci? recebeu críticas pela linguagem utilizada e também por possuir ilustrações polêmicas, como as de um menino e uma menina se masturbando.

"Essa obra é uma afronta, é inadequada e constrangedora", disse o vereador André Ferreira (PMDB), autor do pedido de recolhimento do livro. "A cartilha tem palavras e figuras grosseiras, que não ensinam, e sim incentivam as práticas sexuais", afirmou. Um dos trechos afirma: "Alguns meninos gostam de brincar com seu pênis e algumas meninas com a sua vulva, porque é gostoso (...) as pessoas grandes dizem que isso vicia ou ‘tira a mão daí que isso é feio’."

Segundo a Secretaria da Educação de Recife, a obra fazia parte de um kit de publicações paradidáticas, com seis títulos, entregues aos estudantes da rede pública municipal. O livro polêmico estava em 550 kits destinados a um grupo de alunos com idades entre 8 e 10 anos. Segundo a diretora-geral de ensino e formação docente da Secretaria Municipal da Educação, Luisa Albuquerque, o recolhimento da obra é preventivo, e não definitivo. "Vamos promover palestras com famílias e professores. Depois, quem desejar receber o livro o receberá. O restante será entregue às bibliotecas", declarou a diretora-geral.

Outros casos

Em maio de 2009, a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo determinou o recolhimento do livro Dez na área, um na banheira e ninguém no gol, sob a alegação de que apresentava referências sexuais incompatíveis com a idade dos alunos que o leriam. Na mesma época, em União da Vitória, um vereador e diretor de escola solicitou o recolhimento de duas obras – Amor à brasileira, livro de contos, e Um contrato com Deus, do quadrinista americano Will Eisner. Ambos estavam na lista de livros enviados pelo Minis­tério da Educação às escolas públicas e foram acusados de incluir até cenas de pedofilia.

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