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Perto da concorrência, Caio Hanai busca mais estímulo para estudar | Antônio Môre / Gazeta do Povo
Perto da concorrência, Caio Hanai busca mais estímulo para estudar| Foto: Antônio Môre / Gazeta do Povo

Concorrência

Confira a relação candidato/vaga de alguns cursos de Medicina no último vestibular de verão:

Universidade Federal do Paraná (UFPR): 7.175 candidatos, 45,41 por vaga

Universidade Positivo (UP): 3.841 candidatos, 76,82 por vaga

Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR): 7.302 candidatos, 46 por vaga

Universidade de São Paulo (USP): 14.074 candidatos, 51,18 por vaga

Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar): 3.300 candidatos, 33 por vaga

Para quem tenta uma vaga nos concorridos cursos de Medicina, a novidade em Curitiba são as opções de cursinho integral e exclusivo. A modalidade parece atrativa e tem suas vantagens e desvantagens. Por isso, é preciso ficar atento a esses detalhes na hora de escolher onde estudar.

Além das aulas de manhã e à tarde todos os dias – contra um turno só no curso tradicional –, o conteúdo no cursinho de Medicina é aprofundado com mais exercícios e mais repetições, o que proporciona maior fixação. Não existe assunto exclusivo ou reservado. A diferença está no tempo em que um tema é dado e na liberdade de o professor poder revisar um assunto quantas vezes os alunos sentirem necessidade.

No curso diferenciado do Acesso, as aulas da tarde ocorrem três vezes por semana e os outros dois dias são destinados à solução de dúvidas com os professores de assistência. Além disso, uma vez por semana, um psicólogo dá uma aula sobre controle emocional e, a cada 15 dias, um profissional de educação física e um nutricionista passam dicas de exercícios físicos e dieta alimentar específica para quem vai passar o dia todo em cima de livros e apostilas. "Cansamos de ver aluno bom ir mal na prova porque não controla o nervosismo", explica o diretor adjunto do CursoAcesso, Ivo Lessa Filho.

No Dom Bosco, os vestibulandos de Medicina que optam pelo curso integral têm aula o dia todo, de segunda a sexta, além das aulas pela manhã nos sábados. Ao todo, são 10 horas/aula a mais do que no preparatório tradicional. O curso conta com avaliações em dois dias da semana – uma delas em estilo simulado – para que o aluno acompanhe seu desempenho. Nos outros três dias, o reforço é na redação. "A leitura permeia todas as áreas e sem seu domínio muitas vezes o estudante nem compreende o que pede o enunciado. Por isso investimos pesado nas aulas de redação", explica o diretor-geral do Dom Bosco, Durval Antunes Filho.

Com o concorrente

O contato direto e constante com os concorrentes pode gerar ansiedade, mas, por outro lado, repartir as mesmas angústias e desafios pode ser consolador. Caio Hanai, 20 anos, optou pelo curso exclusivo porque, entre outros motivos, acredita que ver como os outros candidatos estudam é um estímulo para aumentar o esforço e o foco. "Acho melhor uma turma onde todos têm o mesmo objetivo e passam por medos e problemas parecidos."

Por enquanto, apenas dois cursinhos oferecem o serviço na cidade, o Dom Bosco e o Acesso. No primeiro a turma integral começou ano passado, mas não era exclusiva para Medicina. O segundo começou agora. A mensalidade fica entre R$ 800 e R$ 1,3 mil, conforme a opção de pagamento.

Outras cidades já adotam o método há algum tempo. Um exemplo é o curso Fleming Medicina, de Porto Alegre (RS), que existe há oito anos. Segundo a assessora pedagógica Angélica Becki, é uma fórmula que deu certo e que aprova vestibulandos de Medicina em todo o país. "Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, cada disciplina tem um peso de acordo com a graduação. Trabalhamos mais as disciplinas com mais peso para Medicina", comenta.

Sozinho ou com supervisão?

Um aspecto que pode influenciar a escolha por um cursinho integral é o tempo disponível para estudar sozinho em casa, já que o aluno passará o dia todo no cursinho. Professores garantem que não existe um modelo ideal de estudo e que a escolha dependerá do aluno, da forma que ele consegue assimilar melhor o conteúdo.

Segundo o diretor-geral do Dom Bosco, Durval Antunes Filho, alguns alunos dependem mais da didática do professor. Para esses é melhor ficar mais tempo no cursinho. Outros conseguem estudar sozinhos em casa – nesse caso, chegam a nem precisar de cursinho. E há ainda os que precisam das duas coisas: um tempo para aprender com o professor e outro para sedimentar o conhecimento. A escolha, portanto, vai depender do perfil de cada um.

Disciplina

Estudar depois das aulas requer disciplina e força de vontade e por isso alguns professores acreditam que as tardes livres podem ser um grande perigo. Porém, outro risco é o estudante se acostumar a receber tudo "mastigado" do professor. O diretor-geral do Curso Positivo, Renato Ribas Vaz, diz que o aluno precisa refletir e desenvolver o raciocínio por conta própria.

Caio Hanai é o tipo de aluno que aprende bem em sala de aula, com o professor. Por isso ele – que cursou Engenharia Civil e desistiu para tentar Medicina – optou pelo cursinho integral. "Claro que também vou estudar em casa à noite, que é o tempo que sobra. Mas eu prefiro ficar mais em sala de aula, até para tirar as dúvidas na hora com o professor."

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