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Quem foi desclassificado ou não se saiu tão bem no vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) terá uma nova oportunidade de entrar na instituição. A Federal preencherá cerca de 10% das vagas de cada curso pelo Sisu, sistema do governo federal que seleciona candidatos a universidades públicas exclusivamente pela nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O processo seletivo da UFPR terminou ontem, com as provas discursivas específicas da segunda fase.
Dos 9.947 candidatos que deveriam fazer as específicas, 404 (4,06%) não compareceram. No domingo, primeiro dia da segunda fase, 14.668 candidatos haviam sido convocados e 556 faltaram (3,79%). Ontem, no Centro Politécnico da UFPR, em Curitiba, pelo menos um candidato encontrou os portões fechados. O paulista Denis Miguel Barbosa, 23 anos, chegou cerca de 10 minutos atrasado e foi eliminado do processo seletivo. Ele disputava uma vaga no curso de Engenharia da Produção.
Caso ele ainda queira ingressar na Federal, o Sisu pode representar uma segunda chance. A previsão é de que as inscrições para o sistema comecem em 20 de janeiro, após o resultado do vestibular da UFPR, cuja divulgação deve ocorrer até o dia 14 do mesmo mês. Segundo o Núcleo de Concursos da universidade, também será possível que os candidatos, mesmo que aprovados no vestibular, optem por uma nova graduação via Sisu. Nesse caso, os estudantes precisarão escolher um dos dois cursos, no momento da matrícula.
Candidatos
A estudante Patrícia Goroncy, 17 anos, acertou 120 das 180 questões cobradas no Enem e vai aproveitar o bom desempenho no exame para disputar uma vaga na UFPR também pelo Sisu. Nos dois processos de seleção, ela vai tentar uma vaga no curso de Engenharia Química. "Na primeira fase do vestibular fiz 49 pontos e estou um pouco preocupada, porque a nota de corte deste ano foi 44", afirmou.
Vestibulanda de Medicina, Thaís Helena Simões Braga, 19 anos, também pretende participar do sistema, mas ainda não decidiu quais universidades vai optar 83 instituições de todo o país participarão do Sisu. Ela é contra o aproveitamento do Enem pela UFPR, porque considera o exame desorganizado.
Gustavo Hartmann Neto, 18 anos, que tenta uma vaga em Agronomia, gostaria de usar a nota do Enem para entrar na universidade, mas não conseguiu resolver o exame em função dos problemas de impressão na prova amarela. Segundo as últimas informações divulgadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC), responsável pelo Enem, 2.817 estudantes receberam as provas com problemas e não tiveram o exame substituído. Esses candidatos deveriam ser convocados pelo MEC para refazer os testes no dia 15 de dezembro. Até o momento, porém, Gustavo conta que não foi procurado pelo ministério.
Vestibular
A partir de amanhã, cerca de 200 pessoas trabalharão sete dias por semana e 12 horas diárias para que todas as provas específicas da UFPR sejam corrigidas. A previsão da universidade é que sejam realizadas ao menos 150 mil correções das provas de Compreensão e Produção de Textos. De acordo com o coordenador-geral do Núcleo de Concursos, Raul Von der Heyde, cada questão de Redação é corrigida por duas pessoas diferentes. Se a diferença de notas atribuídas for superior a dois pontos, um terceiro avaliador é chamado. Ele considera que o processo seletivo foi tranquilo. Ao todo, 3,6 mil pessoas trabalharam na primeira fase e 2,5 mil na segunda.
