Sociedade: mapeamento dos grandes problemas sociais do país

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Todos somos capazes de fazer uma relação de problemas sociais que o Brasil enfrenta, e a enumeração de alguns deles chega a ser um clichê: violência, pobreza, desigualdade, falta de saneamento básico, filas nos hospitais etc. Não há como duvidar de que todos esses sejam problemas reais do país, porque, em alguma medida, todos podemos observá-los no dia a dia ou conhecê-los pelo noticiário.

Porém, um diagnóstico vago e baseado mais na experiência cotidiana do que em dados é insuficiente para servir como justificativa de políticas públicas. Mesmo em relação aos problemas que já observamos ou vivenciamos na prática, é preciso compreender melhor a extensão e a gravidade do que precisa mudar. Para seguir qualquer caminho de transformação social, é importante entender bem de onde partimos.

Por isso, a tarefa de fazer um mapeamento dos problemas sociais da nação, integrando todos os dados já existentes e dispersos em diferentes órgãos e ministérios, deveria ser encarada como uma meta prioritária para os próximos anos. É claro que o enfrentamento dos problemas envolve toda a sociedade, e não só o poder público; mas é necessário que tenhamos noção mais clara das disfunções com as quais precisamos lidar, e é o poder público quem deve se responsabilizar por esse diagnóstico.

O governo tem os instrumentos necessários para aferir a extensão e a gravidade de problemas como os bolsões de miséria, os homicídios, o analfabetismo, as carências dos hospitais públicos, a indigência, o desamparo, a fome, as drogas, a violência em função do gênero, a escassez de meios de transporte e tantas outras mazelas que costumam fazer parte do debate público, mas não estão suficientemente mapeadas. Quanto mais clareza houver, quanto mais integrados os bancos de dados públicos estiverem, tanto mais eficientemente se poderá enfrentar esses problemas. Alcançar uma visão abrangente e regionalizada dos desafios que o país enfrenta pode abrir horizontes novos na busca de soluções.