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Em sabatina, Lula dribla perguntas sobre propostas e opta por valorizar feitos de mandatos passados
Nesta quinta (22), o ex-presidente Lula participou da série de sabatinas com presidenciáveis no programa Candidatos com Ratinho, do SBT.| Foto: Lourival Ribeiro/SBT

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu, na noite desta quinta-feira (22), entrevista ao programa Candidatos com Ratinho, do SBT. Ao longo de 30 minutos, o candidato à presidência da República foi questionado sobre seus projetos de governo e temas sensíveis em que o petista esteve envolvido durante a campanha eleitoral, como promessas de regulação da mídia.

Lula apostou na estratégia de evitar responder diretamente parte dos questionamentos envolvendo suas propostas de governo e, no lugar, apontar feitos dos seus mandatos passados à frente do governo federal. O candidato também criticou a condução da pandemia da Covid-19 pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), questionou o processo de impeachment movido contra a ex-presidente Dilma Rousseff e prometeu que, caso eleito, na primeira semana após assumir o governo faria uma reunião com todos os governadores. No encontro, segundo ele, seria revisto o chamado Pacto Federativo, e seu governo definiria três obras em andamento de cada estado para compartilhar seu custeio.

Questionado sobre qual seria o maior erro que o Partido dos Trabalhadores (PT) cometeu, Lula evitou mencionar os escândalos de corrupção nos quais a sigla esteve envolvida e optou por dizer que “o maior erro que cometemos foi não fazer tudo o que sonhávamos fazer”.

Acompanhe abaixo outros tópicos abordados na entrevista:

Escolha de Alckmin para vice

Indagado sobre a escolha de Geraldo Alckmin (PSB), um ex-adversário político, para ser seu candidato a vice em sua chapa, Lula justificou os atritos passados alegando que “na disputa política, todo candidato quer mostrar que é melhor que o outro”.

“Eu acho o Alckmin um homem de bem, uma pessoa de lisa postura, com uma educação refinada. Um cara que foi governador de São Paulo 16 anos e vice, seis anos. O acúmulo de experiência vai fazer com que, juntos, a gente possa reconstruir o Brasil”, disse.

Regulação da mídia

A respeito da intenção do petista de regular os meios de comunicação em um eventual retorno à presidência, que vem sendo repetida por Lula em declarações nos últimos meses – medida apontada por especialistas como de risco à liberdade de expressão e de imprensa – o presidenciável disse que pretende fazer com que “os meios de comunicação no campo eletrônico e na internet possam ser regulados de acordo com os interesses da sociedade”. “É preciso tentar adaptar a legislação à realidade contemporânea que estamos vivendo”, afirmou.

Financiamento de obras em outros países

Sobre o financiamento de obras em outros países com recursos públicos do Brasil, medida que é alvo de críticas de opositores dos governos petistas, Lula disse que esse tipo de empréstimo seria uma realidade em seu eventual governo.

“Quando você está financiando uma obra lá fora, você está financiando a sua engenharia, está exportando a sua engenharia (...) Quando o BNDES empresta dinheiro, a empresa é obrigada a contratar uma empresa brasileira. E segundo, os componentes são comprados no Brasil”, disse.

Impeachment de Dilma

Ao comentar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), afirmou que o caso se tratou de um "golpe" porque “inventaram uma mentira contra ela”. Declarou também que a pedalada fiscal – motivo que desencadeou o processo de impeachment – também foi praticada por ele e por outros presidentes da República. “Chega no fim de ano, você às vezes não tem dinheiro para fechar o caixa. Você pega o dinheiro de outros programas, coloca lá e depois você repõe. Isso é normal, inventaram um golpe”.

Visão política

Perguntado sobre sua visão política, disse que se considera um “socialista refinado” porque defende a propriedade privada, a liberdade de organização e o direito de greve.

MST

Questionado sobre eventual retomada das invasões de terra do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em caso de sua eleição, o petista disse que “os sem-terra estão em outra”. “Hoje os sem-terra estão produzindo, organizando cooperativas e viraram o maior produtor de arroz orgânico da América do Sul”.

Sobre investimento no setor, Lula disse que em seu eventual governo financiaria a agricultura “tanto do grande quanto do pequeno”.

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