Deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) vai tentar se eleger prefeito de São Paulo pela terceira vez.
Celso Russomanno (Republicanos) é candidato pela terceira vez a prefeito de São Paulo.| Foto: Douglas Gomes/Republicanos

Celso Russomanno (Republicanos) candidato à Prefeitura de São Paulo disse na manhã desta terça-feira (3) que a vacina contra o novo coronavírus deveria ser testada em quem já está doente, além de ser testado em crianças e idosos. A afirmação foi dada durante evento na Associação Paulista de Imprensa. "A vacina está sendo testada em adultos sãos, nenhum com covid. Não está sendo testada em crianças, não está sendo testada nos idosos e não está sendo testada nos doentes. São as etapas por onde uma vacina deve passar. Isso não está acontecendo", afirmou. "Os efeitos colaterais imediatos a gente pode prever, mas os a longo prazo, não. Toda vacina tem que passar por esse processo. Eu quero muito, todos aqui querem uma vacina. Mas se ela é tão boa assim, mas se essa vacina é tão boa assim, vai lá, começa na China, aplicando nas pessoas", concluiu.

A afirmação vai contra o propósito de produzir um imunizante, substância que previne que pessoas contraiam a doença, segundo especialistas. "Isso mostra o absoluto desconhecimento de como funciona um ensaio clínico", afirmou ao Estadão o médico infectologista Jamal Suleiman, do Hospital Emílio Ribas, sobre a ideia de testar vacinas em pessoas que já têm a doença. De acordo com o especialista, os testes são sempre iniciados em adultos não idosos antes de passarem a incluir crianças e pessoas de idade.

Em seu discurso, Russomanno disse ser contra fazer com que a população de São Paulo "seja cobaia", linha adotada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, cabo eleitoral do candidato do Republicanos. "Eu não sou negacionista não, pelo contrário. Quero a vacina o mais rápido possível, agora não quero que a população de São Paulo seja cobaia de nada", afirmou. No mês passado, outra afirmação do candidato do Republicanos relacionada ao coronavírus causou polêmica. Russomanno sugeriu que a falta de banho deixa moradores de rua resistentes à Covid-19.