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Deputado petista Marco Maia, presidente da Câmara Federal, oferece uma fatia de picanha para o presidente da Fifa, Joseph Blatter. Almoço serviu para alinhavar a Lei Geral da Copa | Marcos Cruz/ Agência Brasil
Deputado petista Marco Maia, presidente da Câmara Federal, oferece uma fatia de picanha para o presidente da Fifa, Joseph Blatter. Almoço serviu para alinhavar a Lei Geral da Copa| Foto: Marcos Cruz/ Agência Brasil
  • Aperto de mãos: Dilma e o suíço Blatter, enfim, se entendem. Saída de Ricardo Teixeira abriu caminho

Depois da crise do "chute no traseiro", o governo federal selou a paz com o presidente da Fifa, Jo­­seph Blatter, que cobrou ontem cooperação entre o Brasil e a en­­tidade e o cumprimento das ga­­rantias firmadas para o país se­­diar a Copa de 2014.

Além do dirigente e da presidente Dilma Rousseff, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e os campeões mundiais Ronaldo Nazário – membro do Comitê Organi­­za­­dor Local (COL) – e Pelé, escolhido pelo Planalto para ser o embaixador da Copa de 2014, participaram da audiência.

Em entrevista coletiva após o encontro, Blatter insinuou sobre substituir o país como sede do Mun­­dial, mas afirmou que confia no Brasil para realizar o evento em "harmonia" com a Fifa.

"Tem algumas pessoas que di­­zem que até a Inglaterra poderia sediar essa próxima Copa, mas para um país como o Brasil, que respira futebol, é muito im­­portante ter essa Copa aqui", dis­­se.

O encontro político foi marcado por pedidos mútuos de "união" para organizar a Copa. Para isso, diz Blatter, o Brasil tem de cumprir o acordo de 2007, o que inclui não restringir a venda cerveja nos estádios.

Segundo o cartola, na reunião não foram discutidos detalhes da Lei Geral da Copa – que corre o ris­­co de não ser aprovada justa­­men­te por causa de deputados con­­trários à venda de bebida.

Mas Blatter ouviu o que queria: o acordo com a Fifa será cumprido. "Não entramos em detalhes, mas a presidente Dilma me garantiu que vai cumprir o acordo e eu confio nela", disse ele.

Em nome do governo, o mi­­nis­­tro Aldo Rebelo (Esporte) fa­­lou em "harmonia e cooperação" com a Fifa. E prometeu em­­penho para "cumprir suas responsabilidades".

A interlocutores, Rebelo avaliou que o encontro foi um sucesso. Mas que tudo pode ser posto a perder se o atraso na votação da lei continuar.

Blatter ainda descartou problemas nos estádios. "Eu e a Fifa não estamos preocupados. Te­­mos datas que precisam ser cumpridas, e atrasos também ocorreram na Alemanha [2006] e na África [2010]. Não é questão otimismo, mas de confiança."

Após a reunião com Dilma, Blatter seguiu diretamente para encontro com líderes da Câmara Federal, para pressionar pela aprovação da norma. Na casa do deputado Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara Federal, participou de um churrasco.

"Recomendo ao parlamento decisões sábias porque não é a Co­­pa da Fifa, é a Copa do povo brasileiro", disse após almoço com deputados.

O recado deu resultado. Até o líder do governo, Arlindo China­glia (PT-SP), admitiu deixar de lado convicções pessoais para atender à Fifa.

Chinaglia é da bancada da saú­­de, contrária à liberação da cerveja, e autor do projeto de lei que resultou no Estatuto do Tor­­cedor, que veda a venda de álcool nos estádios.

"As posições do Brasil estão aci­­ma do que possa ser minha opinião pessoal."

Com receio de que a insatisfação na base produza efeitos na votação da Lei Geral, o Planalto deve fazer um apelo para que os governadores das 12 cidades-sedes do Mundial tentem pacificar suas bancadas em torno do texto recomendando pelo governo e que agrada à Fifa.

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