Alex deixa o campo ao ser substituído por Lincoln no segundo tempo do duelo com o São Paulo: meia pode ter feito seu último jogo pelo clube do coração| Foto: Felipe Rosa/Gazeta do Povo

"Título"

A jornada de Tcheco como treinador do Coritiba terminou ontem. Durou três jogos, conseguindo duas vitórias, um empate e, principalmente, a fuga do rebaixamento. Feito que comemorou como um troféu. "Foi um título. Um descenso para um clube dá uma perda financeira muito grande, abala a imagem do jogador, da diretoria, e a gente conseguiu tirar isso deles", falou. "Quando assumi, mudei o planejamento tático. E a maior dificuldade do treinador não é com os 11 escalados, mas com quem fica fora. Então eu tive esse cuidado", complementou. Segundo o presidente do clube, Vilson Ribeiro de Andrade, o nome do treinador para 2014 já está definido e será anunciado na quinta-feira. Claudinei Oliveira, ex-Santos, e Dado Cavalcanti, ex-Paraná, são os mais cotados.

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Tcheco diz que manter o Coxa na elite
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O Coritiba se livrou do vexame de mais um rebaixamento. A vitória sobre o São Paulo por 1 a 0 ontem, no Estádio Novelli Júnior, em Itu, manteve a equipe paranaense na elite, após um sofrimento desnecessário na reta final, quando esteve por duas rodadas na zona do rebaixamento – terminou em 13.º, com 48 pontos.

Se o Coxa está livre da vergonha do descenso, pode estar próximo de outra: a saída de Alex, o principal jogador da equipe e que levou o Coxa nas costas em vários momentos dessa temporada – mesmo não sendo atacante, foi o artilheiro da equipe, com 12 gols marcados, e decidiu vários jogos.

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Depois de comemorar com a torcida coxa-branca que esteve presente ao interior paulista – cerca de mil torcedores empurraram o Alviverde –, o camisa 10 quebrou a diplomacia, disparou em direção ao presidente Vilson Ribeiro de Andrade e não garantiu que continua no ano que vem, mesmo com contrato até dezembro de 2014.

"Não vi o presidente ainda, mas uma conversa tem de existir. Uma coisa foi muito bem mostrada para mim, era lindo de ver, mas na execução foi diferente", mandou. "Temos ainda um mês para ver o que vai acontecer", completou. O meia é um sonho do Palmeiras para jogar no ano do centenário em 2014.

Entre as promessas do mandatário coxa-branca estava um elenco qualificado para brigar por objetivos mais altos do que fugir do rebaixamento na última rodada. Até houve a impressão de que esse plantel chegaria à Libertadores, mas os jogos foram passando e os erros apareceram.

O presidente, porém, rechaça que não tenha cumprido o que prometeu. Ele admitiu erros na execução do planejamento, mas não se sente em dívida com Alex. "O que o presidente prometeu, cumpriu. Talvez alguma coisa tenha faltado, eu não sei, mas vou conversar com ele. Se quiser continuar, o Coritiba é a casa dele. Eu, como presidente, sempre farei a vontade dele", respondeu.

A conversa entre os dois ainda não está marcada, mas pode definir o que será o Coritiba versão 2014. O certo é que estará na Primeira Divisão, apesar dos diversos equívocos cometidos durante a campanha.

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Erros que foram se transformando em uma bola de neve, montanha abaixo. Avaliação ruim nas contratações para a temporada, atenção demasiada para buscar o tetra paranaense, elenco desigual, divergências na diretoria de futebol, excesso de jogadores no departamento médico, mudanças de treinadores, incompetência como visitante...

Quase tudo isso cobraria seu preço, não fosse o gol do zagueiro Luccas Claro aos 29 minutos do primeiro tempo, depois de receber uma assistência de cabeça do colega de zaga Leandro Almeida. O Coxa dependia de uma vitória simples e assim o fez, sem precisar contar com resultados alheios, de Vasco e Fluminense, juntos agora na Segundona.

Luccas Claro é o ‘herói improvável’

Nem Alex, nem Deivid, nem Julio César. Um herói improvável manteve o Coritiba na Primeira Divisão: o zagueiro Luccas Claro. O gol dele, aos 29 minutos do primeiro tempo, foi o que garantiu a vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo ontem, no Estádio Novelli Júnior, em Itu.

"A felicidade eu não preciso nem descrever. É imensa. Eu tinha um pensamento, primeiro em não tomar gol e depois tentar a sorte para fazer. Foi uma grande bola do Leandro e eu fui feliz", comemorou, ao mesmo tempo em que lamentou o fato de não ter feito um gol de título e sim um para escapar da degola.

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Formado nas categorias de base do Alviverde, ainda não conseguiu se firmar de fato entre os titulares. No entanto, neste fim de temporada parece ter somado pontos importantes. Não só pelo gol de hoje, mas pelas atuações desde que mandou Chico para o banco de reservas – o ex-técnico Péricles Chamusca tem participação nisso. Ele começou na reserva e foi se aproveitando das raras oportunidades que apareceram.

A partir de 2014, ele quer uma história diferente. Mais jogos entre os titulares e objetivos maiores. "A cada ano eu fui crescendo, amadurecendo. Mas com certeza ano que vem será melhor. Infelizmente, neste ano não deu para ir longe, mas ano que vem vai ser melhor", planeja o zagueiro de 22 anos.