O Atlético esmiuçou ontem a nova conta com a possível adequação da Arena ao caderno de encargos da Fifa. Durante a assembleia pública que discutiu as garantias financeiras da realização da Copa 2014 em Curitiba, o clube avisou que terá um prejuízo aproximado de R$ 45 milhões com a realização do evento no seu estádio. Pelos novos cálculos, de largada, a obra já estaria 46% mais cara do que o valor inicial.
A conta, segundo o Conselho Fiscal atleticano, não é nova. Ela prevê inúmeras dificuldades com o período de reformulação do Joaquim Américo. Dentre os problemas apontados no balanço estão a perda de arrecadação com lojas, academia, restaurante, estacionamento; além de queda na arrecadação, venda de cadeiras e camarotes.
De acordo com o Rubro-Negro, o déficit conta ainda: menor resultado na venda de publicidade no campo; despesas com locação de imóvel para o setor administrativo; locação de estádio para mandar jogos, deslocamentos da equipe, hotéis e alimentação, além do passivo trabalhista.
"Se a gente não precisasse se adequar ao caderno de encargos da Fifa, e apenas fizermos as obras de conclusão do estádio, a gente poderia continuar mandando os jogos na Arena. Mas com a Copa do Mundo, temos de achar um outro estádio, talvez outra cidade. Londrina?, Cascavel? Não sei...", argumenta o presidente do Conselho Fiscal do Atlético, Amadeu Geara.
O dirigente lembra que a definição da praça onde o Atlético mandaria seus jogos, caso a Arena seja confirmada no Mundial, seria uma decisão dos Conselhos Administrativo e Deliberativo.
Já contando com a perda destes cerca de R$ 45 milhões, o Atlético estima que R$ 200 milhões serão gastos com a Copa do Mundo em Curitiba. Neste cálculo estariam ainda inclusas as obras no estádio Joaquim Américo para adequação ao caderno de encargos da Fifa (R$ 138 milhões), e dependências anexas, projetos executivos (RS 12 milhões), assim como a retificação do Rio Água Verde, que passa por baixo da região onde está localizado o estádio (R$ 3,2 milhões).
"É evidente que o clube fará todo empenho para minimizar ou atenuar algumas das evasões de receita ou do lucro cessante [por vir], mas não se pode trabalhar em emocionais equívocos que podem, no futuro, comprometer o patrimônio que os sócios do Atlético consolidaram ao longo dos últimos 86 anos", disse Geara, lembrando que não se trata de nenhuma conta nova que o governo teria de arcar. Ele deixa claro que serão prejuízos já previstos e que terão de ser arcados pelo Atlético.
- Poder público espera fechar hoje o pacote Arena
-
Tarcísio investe no controle de gastos e se diferencia de Lula em uma eventual disputa
-
Rankings de liberdade de expressão sobre o Brasil ignoram censura do Judiciário
-
Decisões do Congresso sobre vetos são vitórias da sociedade
-
Voluntários lamentam ausência do governo no resgate e salvamento de vidas no RS