A realização da partida que decidirá o acesso do Atlético à Primeira Divisão em um estádio com segurança e conforto reduzidos desafia o bom senso das autoridades policiais e esportivas. Aliás, a falta de entendimento entre os dirigentes dos principais clubes do futebol paranaense tem provocado prejuízos de toda sorte aos envolvidos no, teoricamente, rentável negócio.

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Pela dificuldade de diálogo, os clubes se submetem a um campeonato estadual altamente deficitário e nem sequer tomam o cuidado de preservar a bilheteria dos clássicos, que poderiam equilibrar as suas minguadas finanças. A ignorância predominante, tanto por parte da Federação – órgão inexpressivo desde que faliu e continua com gestão amadora – quanto dos clubes, com sua visão de beco, assegura antecipadamente o prejuízo do próximo Campeonato Paranaense.

Nem mesmo a construção de um grande estádio para atender as necessidades de todos os clubes funcionou por aqui, pois o projeto do Pinheirão foi detonado na origem, porque prejudicaria interesses de terceiros e a Arena Atletiba para a Copa não foi levada em consideração.

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Basta lembrar que há décadas o maior clássico italiano, o "Derby della Madonnina", como é conhecido Internazionale x Milan, sempre é realizado no mesmo estádio: San Siro, quando o mando é do Milan; Giuseppe Meazza, quando é da Inter.

Agora mesmo os gaúchos dão exemplo de racionalidade e sensibilidade com o Grêmio alugando sua moderna arena, a ser inaugurada, para jogos do Inter até que o Beira-Rio esteja concluído para a Copa.

Nos últimos tempos a civilidade, esportividade e bom senso do futebol local foram atirados no lixo. Antigamente havia rivalidade, mas predominava o respeito e a divisão nos estádios em dias de clássicos, feita de forma a respeitar o público com as torcidas separadas apenas por uma cordinha.

Irradiei durante 40 anos inúmeros Atletibas decisivos no Alto da Glória, com os torcedores divididos na arquibancada e convivendo pacificamente nas cadeiras, com pouquíssimos incidentes e muito menos desrespeito aos profissionais de imprensa, que trabalhavam nas cabines localizadas perto do público. E como o estádio do Coritiba era o maior e melhor, o Atlético lá realizava as suas principais partidas, até se transferir para o Pinheirão.

Os nossos times possuem grande potencial de crescimento, contam com torcidas apaixonadas, porém elas são desinformadas pelos dirigentes que as manipulam com jogos de palavras e ações de marketing.

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Há exatos 30 anos, o Atlético sagrou-se campeão paranaense no Alto da Glória ao golear o Colorado por 4 a 1 e, sábado, tristemente, Atlético e Paraná terão de enfrentar-se no pequenino estádio do J. Malucelli como sinal dos maus novos tempos de um futebol que insiste em não evoluir.

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