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Da bandeirinha por R$ 1 a jóias de quase R$ 10 mil. Da previsível camisa da seleção – na maioria das vezes falsificada – a edições especiais de automóveis. De cadernos escolares com o escudo do Brasil na capa a modernos notebooks dourados para homenagear os pentacampeões. Do Santo Antônio adotado por Zagallo às quentes novidades dos sex shops.

A maré verde-amarela inundou as vitrines, invadiu os guarda-roupas, coloriu os acessórios, batizou produtos e agitou o comércio em 2006. Uma enxurrada de produtos pegou carona na Copa do Mundo. Mas a adesão às cores da bandeira é muito mais uma questão de moda para alguns e de lucro para outros do que de patriotismo.

Afinal, não é bem o amor à pátria o responsável pelo aquecimento nas vendas das roupas de baixo às vésperas da Copa. O homem pode aptar pela cueca do atacante matador para dar sorte. Lançada pela Imaginarium, ela tem as cores da seleção e o número 9 estampado.

Já as mulheres podem recorrer às lingeries com temas do Mundial como forma de desviar um pouco a atenção dos amados da telinha durante os 57.600 minutos (no mínimo, se não houver prorrogação nas 64 partidas) de futebol entre 9 de junho e 9 de julho.

Se os modelitos mais comportados da lojas convencionais não ajudarem, dá para apelar às purpurinadas combinações ou ao uniforme completo vendidos pelas sex-shops: chuteira, meião, calcinha e só.

Jóias

Também não é o sentimento nacional que move alguém a desembolsar R$ 7 mil por um relógio de ouro e brilhantes com pulseira verde. A peça é uma das sugestões da joalheria H. Stern a quem pode investir mais na paixão canarinho. Se a paixão for grande mesmo, vale investir nos brincos Primavera com turmalinas verdes, por R$ 20.600.

A quem não pode tanto também sobram adereços. Com R$ 5 dá para comprar um brinquinho nas cores do país. Se a qualidade é discutível e o gosto duvidoso, sem problemas. Provavelmente o uso não passará de um mês e meio.

Seja com mais ou menos recursos e estilo, o torcedor-consumidor está entrando no clima. Algo fácil diante do bombardeio pró-Ronaldinho Gaúcho e companhia. No mercado popular pipocam gorros, blusinhas, meia, jaquetas, faixas de cabelo, cachecóis, os infalíveis bonés, pantufas e toda a sorte de suvenires.

As grifes conseguiram mesclar as cores da bandeira à coleção outono-inverno predominantemente berinjela, bege e verde. Lanchonetes capricharam em drinques e sanduíches em homenagem à Copa. As montadoras lançaram carros exclusivos. Tem até o Sofá da Copa, ideal para torcer para o Brasil – garante o slogan da loja.

Está nauseado com tanto verde e amarelo? Prepare-se. Com a proximidade do evento começa zigue-zague barulhento dos ambulantes no semáforo com suas bandeiras e cornetas.

E se cansar da maratona de jogos na tevê não dá nem para fugir do ufanismo numa das maiores festas populares do país. O Mundial da Alemanha será o tema básico das Festas Juninas esse ano. Portanto contará com intermináveis bandeirolas e balões. Em verde e amarelo, é claro.

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