Colecionadora de títulos em série, a seleção feminina de vôlei leva, a partir de hoje, ao Grand Prix o favoritismo e um desafio. O torneio colocará à prova a hegemonia das brasileiras e a mudança mais profunda desde o ouro em Pequim-2008: a troca de levantadora. Um teste sob medida para Dani Lins e Ana Tiemi que se revezam na posição após o adeus da experiente Fofão.
Cabe a elas mover a engrenagem do país mais vencedor do campeonato com sete títulos e que terá pela frente na estreia a seleção de Porto Rico, às 10 horas, no Maracanãzinho. Amanhã o Brasil enfrentará a Alemanha e no domingo vai encarar os EUA.
"Pelo nível das equipes, o torneio promete ser difícil. Em 2008, estávamos em um outro estágio de preparação. Agora é um novo começo. O Grand Prix será importante, principalmente, para as levantadoras. Se vai consolidar a transição na função eu não sei, mas é a preparação que elas precisam", afirmou o técnico Zé Roberto, que completa 55 anos hoje.
Definidas pelo comandante como altas, talentosas e donas de um físico privilegiado, ambas necessitam de maturidade "como jogadoras e como mulheres." Mais cotada, a pernambucana Dani Lins tem 24 anos, enquanto a matogrossente Ana Tiemi tem 22.
"A Dani tem um gesto técnico, um fundamento muito bom e a Ana chama a atenção pela tranquilidade", comparou o comandante. "Vejo realmente na Dani um potencial. Ela é alta, muito forte, rápida e um tem físico de atacante. Mas precisa rodar e ganhar bagagem. Uma levantadora só atinge a sua maturidade quando chega aos 30 anos e a Dani ainda é muito nova. Precisa aproveitar a chance", avaliou a ponteira paranaense Mari.
Dani Lins comemora. "Estou tentando amadurecer o mais rápido possível. Leva tempo, claro. Na minha avaliação, evoluí bastante, especialmente nas bolas rápidas, mudei meu estilo para jogar aqui", contou. "Essa é a escola do nosso voleibol, que sempre primou pela velocidade. Ela tem essa característica", acrescentou Zé Roberto.
Ana Tiemi reconhece a vantagem da concorrente. "O grupo está ajudando bastante, o Zé tem dado a maior força e a cada dia, cada jogo a gente está crescendo. No momento a Dani está muito melhor, merece a vaga. O meu trabalho é a longo prazo. Eu tenho muito a aprender ainda e esse Grand Prix será muito importante, é a principal competição depois de Pequim", avaliou. Desde o inédito ouro olímpico, a equipe venceu os cinco torneios que disputou.
Após o compromisso diante da torcida brasileira, a seleção seguirá para a Ásia, onde disputará as três fases seguintes. As finais serão em Tóquio, entre 19 e 23 de agosto.
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