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Se não fosse pelas recentes cirurgias de retirada das amídalas e de correção de septo, que ainda causam algum desconforto facial, não seria exagero dizer que Cafu está rindo à toa. Outro jogador da sua idade, 35 anos, talvez ficasse apreensivo por ter feito uma artroscopia no joelho a apenas quatro meses de uma Copa do Mundo. Cafu, não.

Dois dias após a operação, o lateral-direito do Milan e da seleção brasileira é puro otimismo. Apesar da recomendação médica de falar pouco, ele concedeu uma breve entrevista coletiva neste sábado, no Rio, e voltou a demonstrar confiança na plena recuperação do joelho, a tempo não só de disputar seu quarto Mundial como, se possível, de ajudar seu clube a brigar pelo título nacional. Cafu vai além: para ele, o período de recuperação o deixará ainda mais em forma.

- Optei por fazer esta cirurgia agora para chegar zerado à Copa e às finais do Campeonato Italiano. Sabia que era uma cirurgia simples, e quando soube que tinha que fazer, quis que fosse logo - declarou.

Operação foi feita na hora certa, diz RuncoO médico da seleção, José Luís Runco, esteve presente à coletiva e confirmou que a artroscopia foi feita na hora certa. Runco contou que Cafu chegou a tentar um tratamento fisioterápico no Milan, após se contundir no treino, mas como não houve melhora os médicos do clube italiano optaram pela cirurgia.

- O Cafu, então, me ligou e disse que, se tinha de operar, preferia que fosse aqui no Brasil, comigo. Os médicos do Milan entenderam perfeitamente e nunca houve um problema sequer quanto a isso - observou o médico brasileiro.

Doutor Runco reiterou a certeza de que Cafu estará na Copa da Alemanha. O jogador seguirá terça-feira para São Paulo, onde iniciará o trabalho de fisioterapia. Em no máximo três semanas, embarcará de volta para a Itália. O médico da seleção acredita que Cafu estará jogando novamente em cerca de um mês.

Embora seja freqüentemente elogiado pelo técnico do Brasil, Carlos Alberto Parreia, que até já o confirmou como capitão da seleção na Copa, Cafu reconheceu o bom momento vivido por Cicinho, do Real Madrid, e disse que não se importará se tiver de disputar posição.

- Todo mundo tem que brigar por seu lugar na seleção, eu vou buscar meu espaço como todos - disse ele.

Único jogador na história do futebol com três finais de Copa do Mundo no currículo, Cafu não concorda com as insinuações de que os atletas mais experientes da equipe nacional já perderam a motivação para defender o Brasil.

- A motivação maior é a própria Copa do Mundo. Sempre ouço isso, que os jogadores já estão ricos, que não querem nada, mas não tem nada disso. Não é à toa que tantos jogadores estão aí brigando para ir ao Mundial. Será minha quarta Copa, mas o coração vai bater forte como se fosse a primeira - declarou.

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