| Foto: Arte sobre foto de Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
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O grupo interessado no terreno do Pinheirão para construir um novo estádio no local agora es­­tuda uma via paralela para concretizar o ambicioso projeto.

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A mudança de rumo não descarta uma eventual troca de endereço, com a aquisição de outro imóvel na cidade – tudo avalizado pelo Coritiba, o parceiro do empreendimento.

Conforme a Gazeta do Povo apurou ontem, o motivo para essa reviravolta chama-se Hélio Cury. O presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF) estaria endurecendo as tratativas – fato que desagrada aos investidores ligados ao Coxa.

Prestes a completar um ano, as negociações sobre o destino do abandonado estádio do Tarumã, que começaram em novembro de 2010, emperraram na semana passada, graças à mudança de comportamento do dirigente.

À Gazeta, por exemplo, Cury chegou a dizer: "Agora os coadjuvantes estão fora da conversa".

Por causa dessa declaração, o principal interessado percebeu a intenção da FPF de vender a área no mercado. Há, entretanto, uma discussão sobre a forma de comercialização do patrimônio. A lei de doação do imóvel (3583/69) impede a alienação (leia-se transferência a outro proprietário), a não ser em leilão ou desapropriação (veja mais nesta página).

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A ruptura no andamento do negócio ficou escancarada após Cury descartar a oferta do investidor de adiantamento de recursos. A ideia era ajudá-lo na quitação de parte dos débitos da FPF com o INSS, impedindo que o Pinheirão fosse vendido publicamente na última quinta-feira.

Posteriormente, após o dirigente bancar sozinho a quitação, o parceiro alviverde se pron­­tificou a ressarci-lo. Mais uma vez, frustrou-se com a posição do mandatário da FPF.

Cury conseguiu parte do dinheiro através do empréstimo de duas federações estaduais de futebol. Francisco Noveletto Neto, presidente da Gaúcha, confirmou ontem à reportagem o repasse de R$ 500 mil à "coirmã" paranaense. O outro em­­préstimo teria vindo da federação carioca.

No total, a FPF teria angariado R$ 1 milhão, assegurando assim uma garantia para negociar um débito de R$ 2,8 milhões com a seguridade social.

Hélio Cury não confirmou a procedência do dinheiro. "Fui buscar onde sabia que tinha condições de nos dar algum apoio", respondeu. "É dinheiro limpo", reforçou ele.

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Sem desistir do Pinheirão, tido mesmo com todo o imbróglio como local ideal, os interessados se apegam agora na tese que o patrimônio – conforme rege a legislação municipal – só pode ser comprado via leilão judicial ou através de conversas com a prefeitura de Curitiba. O acerto com o município já foi iniciados para uma possível Parceria Público-Privada (PPP).

Mas, paralelo ao sonho de edificar a arena coritibana no Tarumã, a nova praça esportiva também pode ser erguida em outro lugar.

A construtora baiana OAS segue ao lado do grupo investidor. No início do próximo mês, ambas têm marcada nova reunião para tentar deslanchar o projeto. Sem a Federação. Cada um por si.