Tiago Stefani, de 26 anos, não vê a hora de acompanhar os jogos do Tricolor do técnico Ricardinho| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Após greve, clube assume o Ninho

A impontualidade salarial que levou os funcionários do Paraná a paralisarem ontem as atividades do Centro de Treinamento Ninho da Gralha, em Quatro Barras, provocou mudanças significativas na gestão das categorias de base do Tricolor.

Leia matéria completa.

CARREGANDO :)

Separados há três meses e meio, os torcedores e o time do Paraná voltarão a se encontrar hoje à noite na Vila Capanema. A espera, forçada pelo rebaixamento do clube para a Segunda Divisão do Cam­­peonato Paranaense, serviu para criar um clima de comoção e ex­­pectativa em torno do reencontro. A palavra "ansiedade" foi a mais citada pela torcida e pelos jogadores às vésperas da partida contra o Luverdense, às 20h30, no Durival de Britto.

"São vários sentimentos misturados. É ansiedade, saudade, emoção, frio na barriga... Tudo junto", confessou Ermisson da Silva Ro­­drigues, 28 anos, torcedor fanático pelo Paraná e que garante que já preparou o ritual para o dia de jogo. "Sempre que o Tricolor joga acordo com o pé direito", relatou.

Publicidade

A oportunidade para matar a saudade da equipe tem mexido com as emoções dos fãs tricolores. O estudante de direito, Tiago Cunha Abraão, conta que há 109 dias não vê a hora de tirar a camisa paranista do armário. "É um mo­­mento novo, de resgate do clube. Espero que o time corresponda ao apoio que a torcida vai dar", co­­mentou.

Dentro dos vestiários, as sensações são parecidas. O volante Alex Alves, formado nas categorias de base do Tricolor, terá o primeiro encontro com a torcida na Vila. Recém-promovido ao time profissional, o jogador não esconde que está tendo dificuldades para dormir nos últimos dias. "A ansiedade está grande, tanto do torcedor para ver o time quanto de nós jogadores para vermos a casa lotada. Quero que o jogo chegue logo para acabar com a minha insônia", brincou o jovem de 20 anos.

O longo jejum colocou à prova a fidelidade dos apaixonados pelo clube. Apesar do número de sócios-torcedores ter diminuído – a diretoria não informa oficialmente de quanto foi a queda –, uma boa parcela da torcida seguiu fiel.

É o caso do empresário Thiago Stefani, de 26 anos, que mesmo sem ter ao que assistir, continuou pagando o plano de sócio. Ele conta que desde 2008 mantém a mensalidade dos ingressos e que fez questão de seguir com a prática neste momento de dificuldade da equipe, que sofreu com a falta de receita das arquibancadas.

"Sou da turma que fez fila na Kennedy para fazer o Sempre Torcedor em 2008. Cheguei até a ir a Campo Largo para ver o jogo-treino neste ano. Nunca tinha ficado tanto tempo sem ver o time, mas fiz questão de continuar sendo sócio", declarou.

Publicidade

Reestreante na Vila Capanema, Ricardinho declarou o que espera dos torcedores neste retorno. "Queremos que a torcida abrace essa equipe e esse novo projeto do clube. A nossa retribuição vai ser o resultado", inflamou o treinador.