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Historicamente o Atle­­tiba tinha o poder de superar as inúmeras deficiências do futebol paranaense e mantinha-se como um jogo diferenciado, que arrastava as multidões aos estádios e fazia a festa da cidade.

Lamentavelmente o labiríntico jogo de interesses, de aparências e, sobretudo, o traço constante de incompetência da maioria dos dirigentes transformou o nosso único grande clássico no "Atletiba de Cinzas".

Literalmente de cinzas, pois, incrivelmente programado para uma Quarta-Feira de Cin­­zas, terá, pela primeira vez na história a presença de uma só torcida.

Triste ver um Atletiba sem a graciosidade das torcidas no entusiasmo, na provocação através dos refrões, na decoração das arquibancadas e no colorido contrastante entre alviverdes e rubro-negros.

Mas, pensando bem, diante de tamanha insensatez, tanto na marcação da partida para o final de um feriadão de carnaval quanto na arrastada indefinição do local e na dificuldade do aparelho policial para en­­frentar as batalhas de rua que, tristemente, assinalam o dia do clássico, a decisão pela torcida única não surpreende. Ó tempos! Ó modos!

Como mandante e contando com a presença de sua torcida, o Atlético poderia ser apontado como favorito, mas não é. Até pelo contrário, vejo maiores vantagens para o Coritiba – a começar pela motivação de entrar em campo sem o apoio da torcida, impedida pelas autoridades de comparecer ao estádio. Os jogadores ficaram turbinados com a goleada sobre o Operário e os tropeços de Atlético e Cianorte.

Mas tem mais a favor do Coxa: tradicionalmente se sai melhor diante do Furacão no Durival Britto, o árbitro Heber Roberto Lopes é considerado uma espécie de asa-negra dos atleticanos e até os buracos do campo ajudam Rafinha a ser mais decisivo. Invicto há muito tempo no Paranaense, o Coritiba poderá deslanchar em busca do tri.

Menos entrosado, naturalmente abalado pela inesperada derrota em Arapongas e sem contar com uma equipe pronta e acabada – até porque a prometida contratação de reforços até agora foi tímida e insuficiente –, o Atlético terá de aproveitar o incentivo da torcida única e tentar superar as suas deficiências.

Mais ou menos como ocorreu no clássico que encerrou o Brasi­­leiro, com o Atlético vencedor e o Coritiba fora da Liber­­tadores.

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