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Logo que Ronaldinho Gaú­­cho surgiu houve quem se apressasse a compará-lo aos maiores craques de todos os tempos. Esse mesmo grupo de entusiasmados amantes do futebol arte aumentou a voltagem quando o jovem atacante encantou o mundo e foi eleito o craque do ano pela Fifa.

Nos últimos anos, entretanto, parece que a fama e a fortuna não fizeram bem ao atleta Ronaldinho Gaúcho. Milionário e idolatrado no Barcelona e, agora, no Milan ele passou a treinar menos, perdeu a boa forma, a explosão e, fi­­nalmente, o requinte técnico que o qualificou acima da média.

Só falta ser dispensado do Milan no final da temporada para, daí sim, usufruir com plena liberdade das delicias da vida quando se tem disposição e muito, muito dinheiro no bolso.

Outros bons jogadores surgiram e, igualmente, a mídia tentou transformá-los em peças raras ou objetos de desejo de todo time que se preza. Cristiano Ronaldo foi enfeitado como craque, porém não passa de um eficiente atacante tanto quantos mais que existem por aí, Ale­­xandro Pato teve lançamento de gala e caiu no lugar comum e, por esses dias, o argentino Messi en­­cantou a todos com atuações de gala.

Houve generalizada empolgação, com o exagerado Maradona chegando a afirmar que "Messi era melhor que ele e Pelé". Menos, Maradona, menos. Messi é um jogador sensacional, daquela linhagem que merece reverência, porém ainda distante do primeiro time de gênios.

Gênio da bola é coisa rara, exige uma espécie de sangue azul. É coisa para Puskas, Di Ste­­fano, Pe­­lé, Garrincha, Becken­­bauer, Bob­­by Moore, Bobby Char­­lton, Ove­­rath, Bettega, Tos­­tão, Rive­­lino, Passarela, Cruyff, Ardiles, Zico, Ma­­radona, Platini, Baresi, Ro­­mário, Baggio, Ma­­thäus, Zidane, Ronaldo e mais alguns poucos.

Messi poderá ingressar no Olimpo do futebol, mas terá de apresentar qualidades que, infelizmente, ele não conseguiu mostrar no jogo decisivo de anteontem quando esbarrou na zaga da Inter de Milão e não evitou a eliminação do Barcelona em pleno Camp Nou.

Antes de rufar os tambores para eleger novo fora de série é bom ter um pouco de cautela.

A Copa do Mundo é o cenário ideal para promover avaliações de quem é quem. O craque, o jo­­gador verdadeiramente fenomenal, brilha nos grandes mo­­mentos e nas partidas decisivas. São aqueles que desequilibram as coisas a favor da sua equipe e, em alguns casos, como já aconteceu no passado, acabam ganhando o título mundial quase sozinhos.

Messi, Cristiano Ronaldo, Rooney, Iniesta, Fabregas, Kaká e mais alguns terão a oportunidade de mostrar suas qualificações no palco armado nos estádios da África do Sul.

Mas com os modernos e eficientes sistemas defensivos está ficando cada vez mais difícil para o atacante brilhar e tornar-se goleador em um torneio que reúne a elite do futebol mundial. Mas não custa acreditar no talento dos candidatos a gênio.

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