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Estamos nos aproximando do final da temporada e dela certamente não teremos saudades, tendo em vista os fracassos dos nossos times e, principalmente, da seleção.

Foi um ano amargo para o futebol brasileiro que se revestiu de pompa e circunstância para sediar pela segunda vez uma Copa do Mundo. Comprometeram-se com gastos extraordinários e dinheiro público na construção de modernas arenas e alguns elefantes brancos que passaram a fazer parte do contencioso de irresponsabilidades de algumas autoridades. O que seria uma festa se transformou em velório depois do vexame da seleção que levou duas surras de criar bicho, da Alemanha e da Holanda.

Mas os clubes também decepcionaram inteiramente com pífias participações na Libertadores da América e na Copa Sul-Americana. Nem mesmo o festejado Cruzeiro, atual bicampeão nacional, conseguiu livrar a cara no principal torneio continental, indicando o baixo nível técnico do futebol que se pratica em nosso país.

"O futebol está muito nivelado no mundo inteiro". É assim que dizem, não é? Com exceção de alguns supertimes como Real Madrid, Bayern e Barcelona, seguidos de Chelsea e Paris Saint-Germain, os demais efetivamente não impressionam. Basta correr os olhos pelos campeonatos nacionais europeus em andamento ou mesmo pela Liga dos Campeões para verificar rigoroso equilíbrio no bloco intermediário. Até mesmo tradicionais bichos-papões como Manchester United, Liverpool, Juventus, Milan, Inter ou o emergente Manchester City estão em baixa. Mas isso não deve servir de justificativa para o sofrível padrão técnico brasileiro.

Antes, pelo contrário, após o humilhante 7 a 1 no Mineirão, a CBF e os clubes deveriam ter iniciado amplo processo de reabilitação, não só no plano técnico, buscando mecanismos para diminuir o êxodo de jogadores jovens para o exterior, mas, sobretudo, na parte administrativa, com o enxugamento do calendário transformando os campeonatos estaduais em competições ao longo do ano para movimentar os clubes do interior e não sobrecarregar os grandes envolvidos nos torneios de maior porte. Pelo jeito o fracasso da seleção subiu à cabeça dos cartolas, que se mostram insensíveis, impassíveis e alguns até mesmo desafiadores quando se menciona o movimento Bom Senso FC.

Como nas últimas duas décadas o futebol transformou-se em uma máquina de fazer dinheiro, os dirigentes envolvidos nos ótimos negócios negligenciaram a parte técnica e, talvez um dia, esse falso futebol que se exibe ao vivo para milhares nos estádios e para milhões através da televisão, corre o risco de diminuir o poder de fascinação que exerce sobre os apaixonados e ingênuos torcedores. Poucos conseguem ser trouxas a vida inteira.

É preciso promover um tipo de controle de qualidade para recuperar o futebol como espetáculo.

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