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Aproveitando o centenário de nascimento do inesquecível sambista paulista Adoniram Bar­­bosa lembro o famoso Samba do Arnesto. Recordemos a primeira estrofe: "O Arnesto nos convidou para um samba, ele mora no Brás / Nós fumo não encontremos ninguém / Nós vortemos com uma baita / de uma reiva / Da outra vez nós num vai mais / Nós não semos tatu!"

A torcida atleticana andou cantando, no inconsciente coletivo, esse genial samba na saída da Arena da Baixada, depois da terceira traulitada consecutiva entre o Campeonato Paranaense e a Copa do Brasil. O que poderia representar a glorificação do time serviu para a constatação de que será preciso muita coisa para melhorar.

Mas a fervorosa paixão pelo clube, suas cores, sua história, o amor passado de pai para filho, fazem com que essa mesma fiel torcida mudasse um pouco o penúltimo refrão para: "Da outra vez nós vai sim". Sai do estádio com "reiva", mas que passa assim que o torcedor vê o time entrar em campo outra vez.

Essa paixão que, apenas três dias depois de ter perdido o título para o Coritiba, levou 21 mil pessoas para ver Atlético e Palmeiras, garante o pulsar do coração rubro-negro. E a torcida volta sempre. Volta há 86 anos na mesma Baixada.

O que anda faltando para o Furacão é sintonia entre os dirigentes e os torcedores. Ou, por outra, já passou da hora de a diretoria dar um pouco mais de alegria a essa massa que respira o ar atleticano todos os dias. E dar alegria significa formar boas equipes, ganhar jogos importantes e conquistar títulos, o que tem sido raro para os 25 mil sócios.

Nos últimos oitos anos, foram apenas dois títulos estaduais e muitos sustos na luta contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

Muito pouco pela grandeza do clube, pela estrutura e pelo custeio da organização.

Com o até agora infeliz retorno de Claiton e Alex Mineiro e a fragilidade técnica demonstrada pelos gringos Vanegas, Serna e Javier Toledo, a diretoria perdeu a gordura e não pode mais errar nas contratações.

Para que a torcida não passe raiva – mesmo voltando sempre –, é imprescindível consertar o time à deriva nas últimas temporadas.

Exageros

Pelé aconselhou Dunga a levar o time do Santos para ganhar a Copa. Não sei se foi em tom de brin­­cadeira, mas Robinho em­­barcou na sugestão do Rei e chamou a atenção do técnico da seleção, dizendo que o Santos tem condições de conquistar o hexa.

Pura bobagem. A seleção de Dunga conta com a melhor defesa do mundo – Júlio César, Mai­­­con, Lúcio, Juan e Daniel Alves –, a proteção dos volantes é eficiente, Kaká é muito superior a Marquinhos, Luís Fabiano tem mais envergadura que André e, para não alongarmos a conversa, Ganso e Neymar merecem a convocação pelo que vêm mostrando, mesmo diante de adversários do futebol brasileiro com nível técnico médio.

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