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A partir da zero hora de amanhã começa o horário de verão. Os relógios serão adiantados em uma hora. Há quem prefira como está. Pular da cama antes de clarear o dia é tortura, dizem. Por outro lado, há aqueles que gostam dessa mudança. Alegam que sair do trabalho ainda com o sol estimula o bate-papo e o chopinho antes de se recolher. É o tal negócio: sempre vamos cair na teoria da relatividade, que é a ideia mais brilhante de todos os tempos.

Vamos à polêmica discussão sobre torcidas. Abro um parêntesis para chamá-las de uniformizadas ao invés de organizadas. As uniformizadas podem ser satânicas, como têm sido tantas, em diversos estados e estádios.

A mais recente, envolvendo duas facções atleticanas, culminou com a perda de mando de dois jogos do Rubro-Negro, agora na reta final para a Libertadores. Prejuízo incalculável para o clube. Comportamento e efeito diferente do coro entoado para a permanência de Paulo Baier, onde a ação, naquele momento, foi positiva para fazer o presidente recuar. Tudo é relativo.

O bálsamo que o Paraná tem recebido de sua maior facção uniformizada pode ser decisivo para o retorno à elite do futebol brasileiro. Raro ver algo semelhante. Depois da sequência de três derrotas e um empate, a manifestação carinhosa aos jogadores criou uma energia capaz de iluminar o fundo do poço cavado em 2011.

Inverteram-se os valores e os atletas aplaudiram a torcida depois da vitória contra o Bragantino. Lúcio Flávio foi o porta-voz do grupo, expressando a gratidão pelo apoio contagiante.

Não vejo outra saída ao Coritiba senão integrar campo e arquibancada. Lembram-se do pacto entre atletas e torcedores para livrar o Fluminense da queda, justo no ano em que o Coritiba caiu? Os jogadores pareciam entrar em transe com os gritos de "Guerreiros, guerreiros!". No lado oposto, a uniformizada coxa-branca, uma espécie de black bloc da época, preferiu a criminosa baderna que levou o clube a arder no mármore do inferno.

Houve erros da diretoria da época. Agora também. A recuperação do estrago feito naquele trágico domingo de 2009, porém, não foi reparada pelos vândalos e sim pela diretoria atual. A uniformizada que promoveu o quebra-quebra naquela tarde tem um débito a saldar.

O Coritiba precisa de ao menos 14 pontos e de muito carinho e força da torcida. O mico está no colo dos jogadores e da uniformizada. O Alviverde despencou e está no limite da queda livre. Sobram-lhe duas opções: abrir o paraquedas amanhã contra o Cruzeiro ou então contar com o milagre de uma camada generosa de neve que possa amaciar a queda. A primeira opção é a mais prudente.

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