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No Atletiba de 22 de abril, o Coritiba precisava vencer. Não era uma necessidade matemática, mas de autoafirmação. Bater o rival decidiria o returno e passaria confiança à torcida. Marcelo Oliveira escalou um time ofensivo, com apenas um volante de pegada. Venceu o clássico, levou o turno e assegurou o direito de decidir o título no Couto Pereira.

Na quarta-feira, o Atlético não era obrigado a vencer. Porém, mesmo visitante e com a vantagem, não era prudente ficar nas cordas aceitando os golpes do Cruzeiro. Era preciso se impor, atacar e (por que não?) vencer o jogo. Juan Ramón Carrasco montou um time capaz de se defender e contra-atacar a Raposa. Venceu por 2 a 1, classificou-se às quartas de final da Copa do Brasil e ganhou moral para o Atletiba decisivo.

Marcelo e Carrasco têm exemplos muito frescos de como montar seus times para o Atletiba. Espelhos que deram certo e podem ser o melhor caminho para erguer a taça no fim da tarde de domingo.

O Coritiba começou o Atletiba do returno na garganta do Atlético porque tinha eficiência na transição defesa-ataque com Tcheco e velocidade com o trio de meias – primeiro Éverton Ribeiro, Rafinha e Roberto; depois Éverton Ribeiro, Rafinha e Lincoln. As duas combinações, com Anderson Aquino ou Roberto no ataque, são boas para um jogo em que o Coxa será naturalmente empurrado pela torcida para frente e em que a melhor maneira de marcar o adversário será atacar.

No Atlético, sugiro ao leitor o seguinte exercício: pegue o time que iniciou a partida em Sete Lagoas. Substitua Renan Teixeira por Paulo Baier e Patrick por Edigar Junio. Pronto, você terá o melhor Atlético à disposição de Carrasco no momento. Zezinho e Deivid conseguem dar a proteção necessária para que Paulo Baier arme e Ligüera faça a conexão com o ataque. Para Guerrón e Edigar, a missão de se deslocar em velocidade pelo ataque, abrindo espaços na marcação coxa-branca.

As peças à disposição, a necessidade comum de vencer e os exemplos recentes bem-sucedidos dão aos treinadores a oportunidade de montar um Atletiba aberto, ofensivo e instigante. Que eles – e os jogadores – não percam essa oportunidade.

Serenidade

A final é no Couto Pereira e o Coritiba é o time do estado na Série A do Brasileiro. Essas duas condições dão um leve favoritismo ao Coxa, além de potencializarem as consequên­­cias de qualquer resultado. Vilson, Ximenes e Marcelo devem ter serenidade. O Estadual é a parte menos importante de uma temporada que ainda tem até seis jogos de Copa do Brasil, Bra­­sileirão e Sul-Americana. Portanto, o título não deve ser visto como missão cumprida, nem a derrota pode dar o carimbo de trabalho perdido.

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