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O intervalo espichado antes do Brasileiro permitiu uma série de projeções sobre as chances da dupla Atletiba. Formaram-se duas correntes. Uma vê risco iminente de rebaixamento. Outra aposta em uma Série A segura.

Essa diferença é fruto da distorção causada pelo calendário brasileiro. A temporada já teve quatro meses de bola rolando e apenas Atlético-MG, Corinthians, Fluminense, Grêmio e São Paulo, todos da Libertadores, podem dizer que foram testados na quantidade e qualidade satisfatória.

Galo, Corinthians e Flu são os times mais arrumados, mas o Tricolor carioca precisa provar que suporta uma longa sequência de jogos quarta e domingo. O Grêmio do Brasileiro não terá as mesmas peças da Libertadores e o São Paulo tem um elenco mal formado, com jogadores intocáveis e não necessariamente indispensáveis, de onde Ney Franco ainda tenta extrair um time.

Para os demais, mesmo aqueles que apresentaram bom futebol, é necessário um asterisco. O Cruzeiro de Marcelo Oliveira tem a organização do Coritiba do ano passado, porém com jogadores melhores, especialmente do meio pra frente – embora sofra com a saída de bola dos volantes e as amarras defensivas impostas aos laterais. Venceu o Galo duas vezes jogando bem, mas não teve uma sequência de jogos duros.

O Inter de Dunga joga à imagem e semelhança da seleção de 2010. Venceu o Gauchão assim. Mas sofreu para bater a Lajeadense, perdeu do Veranópolis e foi aos pênaltis contra o Juventude. Não disputou nenhum Grenal contra os titulares do Grêmio. É um time que se sente mais à vontade contra-atacando. Será? Só o Brasileiro dirá mesmo.

O Botafogo sobrou no Rio com um dos melhores meios de campo do país. Mas enfrentou Flamengo e Vasco recém-saídos de profundos desmanches e um Fluminense invariavelmente misto. O Santos é um castelo de cartas que se sustenta sobre Neymar. Quando ele for embora, sobra um grupo que não virou time. Vitória e Goiás têm times prontos que venceram campeonatos fraquíssimos...

Quatro meses da temporada ficaram para trás e há poucas certezas. Coritiba e Atlético estão neste barco. Como esteve o tempo todo ao alcance dos olhos, o Coxa teve seus erros mais expostos. Como pouco entrou em campo com seu time titular, o Atlético é uma interrogação. Natural que a tendência seja imaginar a dupla na parte baixa da tabela. Discordo.

O Coritiba tem melhores opções do que no ano passado. Leandro Almeida é melhor que todos os zagueiros que aí estavam. De Alex nem precisa falar muito. Ainda há Bottinelli para estrear. A boa fornada do sub-23, somada ao ajuste ofensivo promovido por Ricardo Drubscky e a confirmação dos jogos em Curitiba, permitem ao Atlético esperar um retorno à Série A menos problemático do que geralmente é. Hoje, coxas e rubro-negros têm condições de ficar no meio da tabela, entre a 8.ª e a 13.ª posição.

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