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Miguel Ángel Portugal é europeu. Embora óbvia, a afirmação é necessária, pois deveria balizar qualquer análise do trabalho do treinador atleticano. Técnicos europeus não costumam ficar berrando na beira do gramado, ainda se o seu idioma é o mesmo do adversário e não dos seus jogadores. Além de inútil, periga o esforço para passar alguma instrução dar munição ao oponente. O que faz dos berros de Antonio Lopes por mais ação de Portugal na área técnica um causo, não um case.

Técnicos europeus também costumam ficar fazendo anotações durante o jogo, que vão virar orientação no intervalo. José Mourinho faz isso. Como é o Mourinho, vira sacada genial e merece aplausos. André Villas-Boas também faz. Mas como é o Villas-Boas, vira arrogância. Até conseguir resultados, Portugal será apenas excêntrico com seu caderninho de notas.

Parece muito claro que Miguel Ángel Portugal buscará esses resultados com um estilo europeu. Natural. É a cultura em que ele cresceu, jogou e treinou. É, até informação contrária, o que o Atlético foi atrás ao contratá-lo.

Nesse estilo europeu, é perfeitamente compreensível um lateral ofensivo como Suéliton ser avançado para jogar aberto na linha de meio de campo. Quer um exemplo? Adriano era um lateral ofensivo quando trocou o Coritiba pelo Sevilla, em 2005. De tão ofensivo, imediatamente virou meia aberto tanto pela direita como pela esquerda. Quando aprendeu a marcar, virou lateral de novo. É onde joga no Barcelona.

Mais perto do ataque, Suéliton tem tudo para formar uma dupla explosiva com Marcelo pela direita. Se perder a bola, Paulinho Dias está logo atrás para cobrir sem expô-lo a um desgaste excessivo. Na esquerda, é possível que Lucas Olaza seja submetido ao mesmo processo, tendo o bom Natanael como escudeiro. Pelo meio, João Paulo se desgasta menos tendo três outros jogadores na mesma linha para marcar do que ficando isolado à frente da zaga ou com o socorro de Deivid. Menos desgastado, João Paulo tem mais condições de armar o jogo.

O Atlético da Libertadores apresentou um modelo interessante de jogo, de acordo com o conceito de futebol do seu treinador. Obviamente precisa de ajustes, especialmente na linha de defesa, que lembrou os piores momentos do setor com Ricardo Drubscky. Ajustes que precisam de tempo para serem feitos. Um tempo que virá naturalmente com a vaga à fase de grupos da Libertadores e que dirá se as novas ideias trazidas pelo treinador serão boas ou ruins para o Atlético. Após 90 minutos, é insano negar esse crédito a ele.

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