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Nas duas últimas semanas, houve três casos de briga de torcida em Curitiba. O dado é preocupante. Mostra que o problema da violência relacionada ao futebol segue vivo e, pior, sem uma ação concreta do poder público para resolver o problema. Ainda dependemos apenas de rompantes quando algo muito fora de controle acontece.

Lembre-se dos dias posteriores à confusão de 6 de dezembro de 2009, no Couto Pereira. A Se­­cre­­taria de Segurança Pública fez grande estardalhaço, prendeu 30 en­­volvidos pensando mais nos holofotes de exibir a operação no Fan­­tástico do que em efetivamente resolver o problema. Houve até a promessa de investigar outras organizadas, algo que não saiu do papel. E se saiu, não foi dada satisfação aos contribuintes.

No fim, as únicas medidas concretas partiram do Coritiba, que rompeu com a Império, tomou o anexo do estádio em que a facção se instalava e impôs restrições a acesso de torcedores, faixas, bandeiras e instrumentos. Atitude correta, mas de alcance limitado para resolver um problema que há tempos já deixou de ser do futebol e tornou-se mais uma mazela social da cidade.

O argumento comum das organizadas é que não dá para controlar todos os associados e que muita gente usa a imagem da torcida para cometer atos criminosos. O primeiro é indefensável. Se uma organização aceita associações e lucra com isso, tem obrigação de se responsabilizar por quem está sob o seu guarda-chuva. Se não consegue, entrega o comando da torcida ou baixa a porta.

O segundo é a comprovação de como as organizadas viraram sinônimo de violência e impunidade. Se um criminoso veste a camisa de uma facção, mesmo sem ser associado a ela, para cometer algum delito, é porque sabe que esse tipo de violência não é combatido pelos órgãos de segurança pública. Mesmo que discordem ou não queiram, as torcidas viraram fachada para criminosos. E aqui não está se dizendo que quem faz parte de uma delas seja criminoso. Como também não há projeto sério para combater a violência relacionada ao futebol mantendo as organizadas em pé. Falta a vontade de dar o primeiro passo sem pensar somente nos holofotes.

Sem saída

O Paraná segue sua rotina de um intenso e nauseante entra e sai de pernas de pau. Nem bem decorou o nome dos reforços de janeiro, o torcedor paranista vê começar a montagem de outro time. A agenda de Roberto Ca­­valo – com alcance limitado pe­­lo orçamento – falhou, en­­tão tome jogador encostado na Europa indicado por empresário. Não é o cenário com que a diretoria tricolor gostaria de trabalhar, mas é aquele que ela sa­­bia que enfrentaria. Precisa aumentar a receita e montar um time competitivo para on­­tem, sob risco cada vez mais re­­al de um vexatório rebaixamento no Estadual. A cada nova der­­rota, o Paraná parece cada vez mais sem saída.

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