• Carregando...

No domingo o Brasil escolhe o presidente que irá cuidar da Copa de 2014 e encaminhar a Olimpíada de 2016 (cuidará de outras coisas, mas como este é um espaço esportivo, vou me deter à pauta da área). Será uma situação inédita. Nunca antes na história deste país o esporte foi uma questão de estado tão forte e esteve tão ligado ao desenvolvimento nacional.

O começo do processo não foi nada animador. A cada dia cresce a percepção de que a morosidade das obras é apenas o prólogo de história já conhecida, de em cima da hora se fazer tudo às pressas, sem licitação e sem zelo com a coisa pública, tudo em nome da boa reputação do Brasil lá fora.

Há quem consiga ver com otimismo contido o avanço a passos tímidos do Brasil-2014 e do Rio-2016. Oliver Seitz, PhD em Indús­­tria do Futebol na Universidade de Liverpool, embora reconheça que a demora em erguer estádios é incompetência das grandes, vê na lentidão um sinal de maturidade social, de que os governos não conseguem mais fazer o que querem com o país.

Uma posição para ser respeitada, por vir de alguém que vive de estudar os meandros da organização do futebol e por levar à discussão outro ponto de vista.

Mas, por se tratar da bem conhecida classe política nacional, parece ser mais provável que tenhamos um mês de festa em 2014, outras três semanas de alegria em 2016 e uma longa e dolorosa ressaca, seja quem for o escolhido no domingo.

Uma luz

Recentemente a Petrobras entregou às ex-atletas Paula e Ana Moser a gestão de um projeto que levará dinheiro diretamente da estatal ao bolso dos atletas de cinco modalidades. A petrolífera percebeu o que há tempos já se sabia, que as confederações só servem para atrapalhar e tirar a verba de quem precisa recebê-la. E o esporte brasileiro segue a sua sina de só avançar quando depende unicamente de seus atletas.

Mais do mesmo

Amanhã tem São Paulo x Atlético e voltam à tona brigas antigas. É óbvio que o Furacão teria grande chance de vencer a Libertadores caso tivesse jogado na Arena, mas o mando de campo não seria certeza de título contra um São Paulo forte e embalado. No caso Da­­go­­berto, todos erraram. O Atlético por tratar o jogador como um pe­­daço de carne; o jogador por forçar sua saída; o São Paulo por mimá-lo. E agora há Car­­pegiani, chamado de traidor por ter trocado a Baixada pelo Mo­­rumbi. Eu mesmo o critiquei, mas faço o mea culpa. Ele recebeu uma proposta de trabalho melhor e foi embora, como qualquer torcedor faria na sua profissão e não tem por que o futebol ser visto de forma diferente.

Subiu a placa

Sobe a placa na beira do campo e o mestre Tostão volta a assumir a posição dada ao caneludo aqui. Obrigado a todos e até a próxima.

Leonardo Mendes Júnior é jornalista, editor da revista ESPN e do blog bolanocorpo.com.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]