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Ao menos uma boa notícia. A presidente Dilma Roussef anuncia assumir pessoalmente as decisões relativas à Copa do Mundo de 2014. Ela e a nossa ministra Gleisi Hoffmann. O ministro do Esporte, caso continue, ou seu possível sucessor, serão praticamente gestores das decisões vindas do Palácio do Planalto.

É pouco, quase nada, para um país que se envolve todo em trapalhadas para poder proporcionar um sonho que nem tanto era dos brasileiros e sim de seus cartolas. Que, de uma forma ou de outra, tirarão proveito da situação.

Quem acompanha meus pensamentos desde sempre sabe de minha posição reticente quanto à realização do torneio aqui entre nós. Ainda mais com a megalomania nacional que envolve todo evento de grande repercussão. Principalmente por aceitar recomendações da Fifa, que, depois de encerrado o Mundial, vai embora e nem quer saber do que estará sendo feito nas praças esportivas com os exigentes critérios de construção por ela recomendados.

Com a presidente no centro das decisões é bem provável que possamos dar um basta nos "améns" a tudo o que exige o comitê internacional. Como essa pressão de voltar a liberar o consumo de cerveja nos estádios envolvidos com a Copa. Pergunte se aconteceu isso na Alemanha, por exemplo. Na Itália, bem me lembro, teve um dia que fomos a um supermercado comprar ingredientes para nosso almoço e todas as gôndolas de bebidas alcoólicas estavam isoladas por aquelas fitas em amarelo e preto da polícia. Interditadas. Não só não se bebia no estádio como não se vendia bebida na cidade algumas horas antes e outras depois da partida.

A medida não prevaleceu para os Mundiais posteriores, mas nada de estádio servindo cerveja, ainda que a Fifa tivesse entre seus patrocinadores masters uma marca forte e poderosa. Pois agora, aqui no Brasil, que já se acostumou com a ideia de passar a seco durante a realização dos jogos, há pressão para a revogação da lei. Que a presidente, certamente, irá bloquear, para não correr o risco de abrir o perigoso precedente para argumentos semelhantes em nossos torneios e campeonatos.

Dilma tem mostrado pulso firme e nenhum receio em expurgar alguns dos ministros que lhe foram sugeridos por composições políticas. E sabe que há muita coisa de errado acontecendo nos preparativos para a Copa de 2014, no esporte em si e fora dele, na infraestrutura mínima necessária a um evento de tal envergadura. Também porque tudo o que possa vir a dar errado na organização, na manutenção e na realização do Mundial refletirá diretamente em seu governo. E certamente tudo o que ela não quer é chegar à tribuna de honra do estádio – para abertura ou encerramento da Copa – e ser vaiada por desmandos ou incidentes acumulados durante o percurso.

E assim, nada melhor que ela mesma para tomar conta de tudo isso.

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