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O Atlético, na situação de penúria em que se encontra, formou três jogadores que estão na lista do técnico Mano Menezes para os dois próximos amistosos da seleção. Fiquei pensando nisso – e em outros contrassensos que o futebol nos proporciona – ao dar uma olhada com mais atenção na lista do treinador do escrete nacional. Estão lá o goleiro Neto e o meia Fernandinho (que devem ser titulares), assim como o lateral Alex Sandro, destaque da seleção campeã sub-20 dirigida por Ney Franco.

Não que o clube não esteja atualmente revelando jogadores. Do time que hoje se agarra nas últimas esperanças para não ser rebaixado, são titulares o goleiro Renan Rocha, o za­­gueiro Manoel, o lateral Hera­cles e o volante Deivid. Todos forjados na base do clube. To­­dos com qualidades ainda a serem lapidadas, mas que, por medidas de urgência, tiveram de ser relevadas em prol da necessidade de aproveitamento imediato.

O resultado é o risco de serem queimados por não terem respondido em campo o que deles se poderia esperar, como se um grupo de jovens pudesse carregar a responsabilidade de estabilizar uma equipe em competição tão acirrada quanto o Campeonato Bra­si­leiro.

Os três da seleção se projetaram em times vencedores. Fer­nandinho, principalmente, integrante daquela equipe que disputou os títulos brasileiro de 2004 e da Copa Libertadores da América de 2005 (com Jad­son, outra cria da casa que volta e meia está no grupo de Me­­nezes). Alex Sandro subiu um pouco mais tarde e quando começou a brilhar entre os profissionais foi negociado com o Santos – transação da qual pouco se sabe até hoje. E Neto já pegou uma fase mais difícil, instável, mas conseguiu brilhar na campanha do ano passado, quando o clube raspou na porta de classificação para a Libertadores.

Todos eles, de uma forma ou de outra, participaram de grupos que deixaram registro de boas campanhas. Compuseram equipes com maioria de jogadores mais experientes, que absorveram impactos negativos em más apresentações. O que não vem sendo o caso desse pessoal de agora. E aí, num exercício de imaginação, seria curioso pensar como se comportariam os quatro meninos de hoje em um time mais consistente. Teriam todas as ferramentas para melhor projeção e maior valorização. Mas, da forma como as coisas estão, apenas dividem o pagamento pe­­los pecados que não permitem a reação de quem está no buraco e não consegue sair.

Dois no Coxa

Apenas para não passar em branco (e a comparação é inevitável), no rol da seleção tem o coxa Adriano. E dia desses também tinha Henrique, revelados por aqui. Do time que hoje disputa o Campeonato Brasileiro, Lucas Mendes e Willian foram criados em casa e participam ao natural dentre os titulares, sem carregarem responsabilidade pessoal.

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