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O mercado no mundo do futebol é muito cruel. Não tem a mínima consideração pelos sentimentos, pelo despreparo do jogador mais jovem, pelas apostas que alguns clubes neles fizeram. Não importa que ainda haja uma fragilidade emocional a ser administrada, nada disso. O que vale é faturar, como se tratasse de um simples comércio de bens materiais.

O Atlético passou por uma situação dessas semanas atrás, quando teve de entrar na Justiça para poder tentar manter em suas linhas o jovem meia Nathan, que já está sendo tentado por acenos internacionais – mesmo que isso represente Segunda Divisão da Bélgica ou qualquer time menos expressivo do Leste Europeu. Clube formador, estava ameaçado de não ter o mínimo retorno pelo investimento que realizou.

E Nathan, a rigor, nem está jogando. Também nem se sabe se será mesmo tudo isso lá na frente ou apenas mais uma possível revelação não concretizada em sucesso na vida profissional. Talvez isso explique a pressa que os empresários e os atravessadores têm na negociação de jovens atletas. Sabe-se lá o que terá para negociar dali um ano ou dois. Em boa parte dos casos, o que se vende é a ilusão de que pode dar certo.

Nathan não é o único alvo de especulação. Marcelo já havia sido antes dele e agora o alvo é Douglas Coutinho. Com Marcelo deu-se uma situação estranha. O Corinthians formalizou proposta, as negociações entre os dois clubes andaram, o atleta foi sondado, conversou sobre salário (ganharia quatro ou cinco vezes o que recebe por aqui), sonhou com a camisa branca e preta e dali a pouco acordou no mesmo lugar.

Revelação do Campeonato Brasileiro do ano passado, Marcelo continuou no Atlético, onde tem contrato vigente. O Corinthians simplesmente recuou e não mais se manifestou. E Marcelo, desde então, nunca mais foi o mesmo atacante eficiente que tanto se destacou meses atrás. Não que jogue de má vontade, percebe-se que não é isso. Mas algum fator psicológico deve estar mexendo ali dentro da cabeça dele.

E agora vem o foco sobre Douglas Coutinho, com especulação do Cruzeiro e – segundo seu empresário, conforme informação aqui dessa Gazeta – negociações com Atlético de Madrid e Porto. E o empresário vem e diz que seu momento por aqui já passou. Aos 20 anos, sem ter ainda conquistado a titularidade plena na equipe atleticana.

Tudo bem, se der certo pode haver um bom retorno ao clube – conforme a multa contratual estabelecida. Mas haverá contraproposta, muito choro e, certamente, pressão sobre o jogador, com os acenos da glória europeia.

E se o negócio não evoluir, estourando em bolha de sabão o sonho do jovem avante? Terá o Atlético mais uma cabeça nas nuvens para administrar, com quase certo prejuízo técnico para ambos.

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