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Emoção até o último instante. Tinha de ser na última cobrança da série a confirmação da festa do Coritiba, depois de dois jogos empatados.

Decisão por pênaltis é assim mesmo, joga para o ar toda a emoção acumulada durante toda uma temporada e oferece as honras para alguém em especial. No caso, o goleiro Vanderlei, que chegou a ser questionado após falhar em um dos gols do Atlético no primeiro Atletiba decisivo. Se durante a partida não foi empenhado, teve presença fundamental ao defender a cobrança de Guerrón, dando início ali à comemoração da torcida, que explodiria de vez no quinto pênalti convertido.

Os dois times chegaram rigorosamente iguais para essa final. O Atlético se destacou no primeiro turno, quebrando um anunciado favoritismo do rival e garantindo posição. O Coritiba mandou no segundo e provocou a disputada final que coroou o seu tricampeonato.

Não havia favorito, o empate no primeiro clássico deixou tudo em aberto (corrigindo a discrepância do regulamento, que não premiava o saldo de gols), a ser decidido ontem. Durante a bola rolando, o que se notou foi excesso de cuidado dos dois lados, com preocupação maior em marcar do que em construir. Situação mais comum ao Coritiba, pela forma de jogar que vem o consagrando nos últimos meses. Mas desta vez também adotada pelo Atlético, que pôs mais volantes em campo, povoando o setor e congestionando as jogadas.

A consequência foi um clássico muito disputado, cheio de bolas divididas e com raras chances reais de gol. A mais real delas foi a cabeçada de Lucas Mendes, desviada por Zezinho para a linha de fundo. De resto, muita dedicação, muito empenho dos dois lados, mas pouca criatividade.

O título do Coritiba é um prêmio ao técnico Marcelo Oliveira, que, apesar do amplo retrospecto positivo no comando do clube, não conta com unanimidade de preferência entre os torcedores coxas. E, ontem, quando viu seus jogadores dando a volta olímpica com o troféu de campeão paranaense, certamente o treinador deve ter se lembrado disso e de todas as dificuldades para a remontagem da equipe para este ano, perdendo titulares de rendimento indiscutível em troca de substitutos que não tiveram de pronto o mesmo desempenho.

O tricampeonato tem tudo a ver com o trabalho do treinador, que teve paciência para engolir a seco algumas reclamações que certamente gostaria de fazer, em troca da aposta de uma recuperação futura. E dá lastro suficiente para manter o moral em alta para a busca de outras conquistas – como a Copa do Brasil, para a qual o time ainda está vivíssimo em busca do título que ficou por um gol na temporada passada.

Parabéns à torcida coxa. Comemorar tricampeonato não é feito para qualquer um.

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