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Contra a Argentina bastante desfalcada, o Brasil tem boa chance de vencer, desde que os jogadores não fiquem esperando, torcendo, para Neymar decidir o jogo.

Neymar pode atuar pela esquerda, na posição de Douglas Costa, onde teria de marcar; mais adiantado, livre, no lugar de Ricardo Oliveira (ou Hulk); ou fazer dupla com o centroavante, saindo Oscar (ou Lucas Lima). Nesta última formação, faltaria o armador pelo centro, o terceiro do meio de campo. Prefiro Neymar no lugar do centroavante.

No Bayern de Munique, por causa das frequentes ausências de Ribéry e Robben, o time tem jogado com dois pontas parecidos, rápidos e dribladores, Douglas Costa e o jovem francês Coman, de 19 anos. Eu, que estava surpreso com as ótimas atuações de Douglas Costa em um time tão cheio de craques, não estou mais, ao ver que o pouco conhecido Coman tem jogado quase tão bem quanto Douglas Costa. Isso mostra que o é Bayern que dá essas condições, já que o time pressiona e está sempre com a bola no campo do adversário.

Brasil e Argentina, após a entrada do técnico Tata Martino, no lugar de Sabella, têm virtudes e problemas parecidos. Atuam com um volante muito próximo dos zagueiros (Luiz Gustavo, no Brasil, e Mascherano, na Argentina), um centroavante, dois jogadores bem abertos, um meia ofensivo e apenas um armador fixo no meio de campo (Elias ou Fernandinho, no Brasil, e Biglia, na Argentina), que não tem talento para o nível das duas seleções. Fica um vazio no meio de campo.

Argentina e Brasil vivem muito de lances isolados, individuais. Há pouca aproximação dos jogadores no meio, pouca troca de passes e pouco domínio da bola e do jogo.

Por causa disso, a Alemanha, na Copa, com vários excepcionais jogadores no setor, deitou e rolou contra o Brasil. O Chile, pelo mesmo motivo, dominou o meio de campo, contra a Argentina, na Copa América, e contra o Brasil, nas Eliminatórias.

O jornalista João Almeida Moreira, correspondente do jornal A Bola, de Portugal, perguntou, no programa Redação SporTV, qual era o segundo melhor jogador do Brasil. Não há. Em uma semana, é Douglas Costa, na outra, Willian, e vários outros. Falta o jogador excepcional, presente na lista dos 23 melhores do mundo, de nível intermediário entre Neymar e os outros.

O melhor segundo jogador do Brasil seria Thiago Silva. Compreendo as preocupações de Dunga e de várias pessoas, que são também as minhas, por causa dos dois pênaltis parecidos que Thiago Silva cometeu, um pela seleção, na Copa América, e outro pelo PSG, além do choro antes das cobranças de pênalti no Mundial. Mas deixá-lo fora da seleção é um absurdo.

O lençol, com o zagueiro à frente do atacante, sem deixar a bola cair, para finalizar e fazer o gol, acontece com certa frequência. Já o lençol, com o zagueiro atrás do atacante, é incrível. Pelo vulto, Neymar, em uma fração de segundos, sem pensar, calculou sua velocidade, a do zagueiro, a da bola, a posição do goleiro e a distância dele para o defensor. Como ele fez tudo isso? Fazendo. É um saber que antecede ao pensamento. Antes de ser, já é. O que é, é.

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