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Fluminense, Corinthians e Cruzeiro estão no mesmo nível técnico. O Flu­­mi­­nen­­se, por ter mais pontos, tem mais chance.

Bastou Ronaldo dar dois excelentes passes contra o Vitória – em um saiu o gol –, para exaltarem o jogador e diminuírem o time, como se o Corinthians fosse um timinho sem ele. Nos outros jogos, Ronaldo quase não pegou na bola. Como ele foi um dos maiores atacantes da história, ainda é melhor do que a maioria para bater pênaltis e para colocar a bola no canto, quando a recebe livre dentro da área. Romário também fazia isso com quase 40 anos.

Ouço muito que o Cruzeiro é o time que mais encanta. Isso, na era de Adílson Batista. Em compensação, a equipe era mais irregular e mais frágil na defesa. O mesmo ocorreu com o Corin­­thians, dirigido por Adílson. Com Cuca, o Cruzeiro é mais pragmático e seguro. O time marcou 49 gols, 10 a menos do que o Flu­­mi­­nense e 14 a menos do que o Corin­­thians. Por outro lado, so­­freu 36 gols, um a menos do que o Fluminense, que tem a melhor defesa.

Contra o São Paulo, o Flu­­mi­­nense já jogava muito melhor quando estava 1 a 1, e o adversário tinha 11 jogadores. Com Deco um pouco mais recuado, participando da marcação, e Conca mais próximo dos dois atacantes, o Fluminense ficou mais bem distribuído.

Continuam as discussões sobre se existe ou não marmelada no futebol. Se tem tanta corrupção no mundo, porque não há no esporte? Deve ser raro, mas se for comprovado que um jogador recebeu dinheiro para perder, é caso de polícia.

Entre entregar ou não um jogo, há muitas outras possibilidades concretas e subliminares. A vida se passa muito mais nas entrelinhas, nas subjetividades, no que não é dito, no querer não querendo, do que no é isso ou aquilo.

Quando um dirigente coloca os reservas para não beneficiar o rival, jogadores não se preparam nem se empenham como deveriam para ganhar a partida, mesmo dizendo que vão jogar para vencer, seria uma entregadinha, como disse Róger, do Cruzeiro? Ou seria apenas, como diz a maioria, diferença de motivação, do time que luta por um título e o outro não?

Em outras épocas, as pessoas sofriam por desejar algo proibido, mesmo se não fizessem nada. No atual mundo narcisista, sofrem se não fizerem tudo o que desejam.

As pessoas se acostumam com certas coisas e passam a achar que tudo é normal e permitido, e ainda justificam, ao dizerem que futebol é paixão. Entregadinha pode.

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