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 | Fotos: Rodolfo Bührer e Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
| Foto: Fotos: Rodolfo Bührer e Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Passadas três rodadas da Série B, os técnicos de Coritiba e Paraná fizeram à Gazeta do Povo uma avaliação da competição e falaram das perspectivas futuras. Já é possível um prognóstico da série B?

Ney Franco – Eu avalio que a competição é difícil, com alguns clubes com condições de subir, entre elas o Coritiba. Temos condições de voltar nesta temporada.

Marcelo Oliveira – Nesta competição, não se pode cair nas armadilhas. Achar que alguns jogos são mais fáceis que os outros. Temos de ficar firmes e fortes, sempre com a vontade de vencer. Na­­turalmente, em um campeonato difícil como este você vai ter vi­­­­tórias convincentes e infelicidades. É importante manter o grupo unido, encarar a competição jogo a jogo.

Qual a avaliação do desempenho do time depois de três rodadas?

NF – É uma equipe que teve problemas com o departamento médico e embora a gente não tenha conseguido ainda a vitória, eu a vejo com potencial para enfrentar qualquer equipe de igual para igual.

MO – Nós estamos ainda em um processo de ajuste. Colhemos resultados bons por trabalharmos muito. Mas temos de melhorar a posse de bola quando o time está ganhando, com a mesma garra e a mesma marcação.

Alguns jogadores sofrem com o estilo da Série B. Já percebeu isso no seu grupo?

NF – Pelo contrário, já estão até adaptados. A única coisa ainda é que não conseguimos a vitória. Mas eu estou muito satisfeito com o grupo.

MO – Uma coincidência positiva neste grupo é que ele é composto por jogadores que querem crescer na carreira. Então houve um casamento de interesses: os jogadores precisam correr muito numa competição que exige exatamente isso.

Dizem que a receita para subir é futebol feio e salário em dia...

NF – Não acho... já vimos o Corin­­thians subir jogando bonito. Ago­­ra, como qualquer competição longa, tem de ter um grande plantel. Salário em dia ajuda muito também.

MO – O ideal é futebol bonito e salário em dia. Tem dias que vamos ganhar jogando bem. E tem dias que ter uma vitória de 1 a 0 já irá nos dar por satisfeito.

Quem s ão os favoritos ao acesso?

NF – Estamos entre os favoritos, assim como Portuguesa, Náutico, Figueirense, Paraná, que deu um salto de qualidade do Paranaense para o início do Brasileiro... eu acho que a lista tem 10 candidatos.

MO – Pelo menos uns 12 times. O Pa­­ra­­ná entre eles.

Como você viu o início do rival?

NF – O Paraná começou muito bem e se o clássico fosse amanhã, seria um jogo muito equilibrado, como sempre é, sem favorito.

MO – O Coritiba também está nesta lista [dos favoritos]. Ele teve dificuldades no começo, mas com certeza vai buscar recuperação.

O Campeonato Estadual dá um parecer equivocado?

NF – O Estadual tem de ser valorizado. Ninguém tira esse título do Coritiba e ele deu uma sustentação para a gente começar o Brasileiro sem desespero. Mas não podemos nos apegar só a isso.

MO – Não acredito. O Campeonato Paranaense teve bom nível, tanto que conseguimos reforçar nosso time no interior.

Certamente haverá assédio dos clubes da Série A. Como lidar com isso?

NF – Isso é um grande problema do futebol brasileiro. A Série A tem um poder econômico maior e a Série B é fragilizada nisso. O que eu te­­nho pedido à diretoria é no mínimo manter os jogadores que estão aqui. Nem aperto tanto em contratações, mas com este grupo, mesmo ainda sem resultados, eu acredito muito que podemos subir.

MO – A tendência é que o Paraná siga com o mesmo grupo, com poucas mudanças, até pela dificuldade financeira em que vivemos. Agora o grupo tem muito mais condições de trabalho do que em outras ocasiões.

A parada da Copa do Mundo ajudará ou atrapalhará?

NF – Acho que é benéfica para recuperar atletas na parte física e clínica. Rever conceitos, fazer uma intertemporada, detalhes que não temos como fazer quanto tem sequência de jogos. Se na parada estivermos bem, vamos ficar 38 dias sem pressão. Do contrário, vamos ser questionados no mesmo período.

MO – Temos é que saber aproveitá-la. Pode ser que a gente esteja em um ritmo forte, ganhando partidas. Então a parada representa quebra deste ritmo. Precisamos aproveitar para fazer um trabalho físico apurado. Time que estiver bem montado e com este espírito de vencer e de lutar está pronto pra qualquer parada. Queremos fazer amistosos e estamos com alguma dificuldade de achar equipes que sejam competitivas pa­­ra que possamos realizá-los.

Qual a maior virtude e o maior de­­feito do seu time?

NF – É um clu­­­­be que tem nome e sa­­be que seu lugar não é a Série B. Por isso ninguém aqui mede esforços em subir. Todos estão incomodados em disputar esta competição e vejo isso como virtude. Hoje, o Coritiba tem um grande problema que é não jogar em casa e não ter tanto poder econômico para trazer jogadores.

MO – A maior virtude é a união, a en­­trega, a superação em campo. Te­­mos de melhorar a posse de bo­­la, ficar com ela quando necessário, explorar melhor os contra-ataques.

A "calma mineira" ajuda a lidar com o "inferno" da Série B?

NF – Eu estou preparado para isso. Eu tive opções... tomei a decisão de ficar no Coritiba para passar por qualquer momento aqui. Conquis­­tas, alegrias, frustrações, tudo.

MO – Ajuda enquanto estiver ga­­nhando. Quando perde ela, vira um defeito.

Qual a "trilha sonora" da campanha até este meomento?

NF – Não sei qual música seria... é de um time vencedor. Agora não vem nenhuma... O pessoal gosta muito de pagode.

MO – Adoro MPB. Não posso citar uma música, mas gosto muito da Alcione, do Chico Buarque e do meu conterrâneo Milton Nasci­­mento.

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