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O que têm em comum Zico, Romário, Zidane, Beckham e Emerson? Além de talento e fama internacional, todos eles já deixaram de disputar Copas do Mundo, ou jogaram fora de suas melhores condições, devido a lesões sofridas meses, semanas ou até dias antes do evento. Um medo que o goleiro Dida deve ter sentido ao torcer o tornozelo no jogo do Milan contra o Bayern de Munique. No caso dele, foi só um susto. Mas a cada quatro anos a história parece se repetir: conforme o Mundial se aproxima, qualquer contusão de um atleta de alguma seleção classificada deixa técnicos, torcedores e, claro, o próprio jogador em estado de alerta.

Só no último fim de semana, dois jogadores, o inglês Alan Smith, do Manchester United, e o italiano Francesco Totti, do Roma, se contundiram gravemente e viram ruir o sonho da Copa. Smith e Totti, porém, não devem ter a mesma sorte. O primeiro já está fora da competição na Alemanha: Smith, que brigava por uma vaga entre os convocados para defender a seleção inglesa na Copa, quebrou a perna esquerda e deslocou o tornozelo sábado, num jogo contra o Liverpool. Ele foi operado e deverá ficar um ano fora do futebol. Domingo, Totti fraturou o perônio e sofreu estiramento nos ligamentos do tornozelo. Também operado, ele recebeu um prognóstico menos pessimista: três meses sem jogar.

Como faltam menos de quatro meses para o Mundial, as chances de Totti, titular absoluto da seleção italiana, estar na Alemanha são pequenas. Mesmo que consiga se recuperar a tempo, o camisa 10 corre o risco de chegar à Copa completamente longe da sua melhor forma técnica, sem poder apresentar todo seu futebol.

Zidane, Beckham e Zico: Copa sem força total

Em 2002, o francês Zidane e o inglês Beckham viveram situação semelhante. O astro da Inglaterra quebrou o pé esquerdo em um jogo do Manchester contra o La Coruña, pela Liga dos Campeões da Europa, no dia 10 de abril, a dois meses da Copa da Ásia. Já Zidane sofreu um estiramento na coxa direita a seis dias da estréia, quando disputava o último amistoso de preparação da França, contra a Coréia do Sul.

Os dois disputaram a competição, mas não puderam ajudar plenamente seus países - a Inglaterra até que foi longe, mas acabou eliminada pelo Brasil nas quartas-de-final; já a França teve um desempenho humilhante: foi eliminada na primeira fase.

Os torcedores brasileiros também já sofreram com contusões de seus jogadores. Em 1986, Zico não pôde ser titular na Copa do México porque ainda não estava totalmente recuperado das cirurgias no joelho esquerdo, em decorrência da contusão sofrida em agosto do ano anterior. Quatro anos depois, Romário também ficou na reserva durante a Copa da Itália, ainda fora da melhor forma depois da rápida recuperação da fratura-luxação no tornozelo direito, sofrida em jogo do PSV Eindhoven, três meses antes do Mundial.

Runco cortou Emerson em 2002: 'É desagradável'

Em 1998, Romário voltou a ser protagonista de um drama em Copa do Mundo, dessa vez com final ainda pior. No dia seis de maio, um mês antes do Mundial da França, o Baixinho sentiu uma fisgada na coxa direita em jogo do Flamengo pelo Campeonato Estadual. O atacante chegou a ser mantido na delegação brasileira durante a fase final de preparação, mas acabou cortado da Copa. Seu substituto na França foi o cabeça-de-área Emerson, que viria a sofrer algo parecido na Copa seguinte: uma contusão no ombro direito, ocorrida durante o último treino antes da estréia brasileira, o tirou do Mundial do Japão e da Coréia do Sul.

'O corte do Emerson foi a minha maior experiência nesse sentido na seleção brasileira. Cortar um jogador de uma partida, como é o caso do Dida e do Júlio César (que não enfrentam a Rússia em amistoso no dia primeiro de março), é uma coisa, mas tirar a pessoa de uma competição como a Copa do Mundo é muito desagradável. Mas não tem jeito, faz parte do trabalho", declarou o médico da seleção brasileira, José Luís Runco.

Este ano, quem tem motivos para se lamentar é o atacante Ricardo Oliveira, do Bétis. O jogador, que vinha sendo constantemente convocado pelo técnico Carlos Alberto Parreira, sofreu uma grave contusão no joelho no início de novembro de 2005, com previsão de pelo menos seis meses fora dos gramados. Ricardo Oliveira ainda tem esperança de voltar a jogar antes da Copa, mas a subida de produção de Fred contribui para diminuir suas chances de ir à Alemanha.

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