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Obra da Arena da Baixada para a Copa do Mundo de 2014: Atlético espera lucrar explorando painéis de energia solar | Henry Milléo/ Gazeta do Povo
Obra da Arena da Baixada para a Copa do Mundo de 2014: Atlético espera lucrar explorando painéis de energia solar| Foto: Henry Milléo/ Gazeta do Povo

Um impasse entre Atlético e Copel está emperrando a parceria para a instalação de painéis de captação de energia solar na Arena. O motivo é a recusa da companhia energética a uma série de alterações no projeto de fornecimento solicitada pela CAP S.A. – sociedade de propósito específico criada para gerenciar a obra no estádio. Sem ser atendido pela companhia, o clube ainda não enviou uma proposta de aluguel do sistema, passo fundamental para a execução do plano de cessão de energia.

A recusa da Copel ao pedido rubro-negro está registrada em um ofício do dia 5 de março, assinado pelo diretor-presidente da companhia, Lindolfo Zimmer. A Gazeta do Povo teve acesso ao documento. Nele, Zimmer rechaça cinco pontos solicitados pela CAP S.A., em um ofício de 21 de dezembro do ano passado, assinado pelo presidente da entidade e do Atlético, Mario Celso Petraglia. Os cinco pontos são que a CAP S.A.: passe a ser o contratante dos equipamentos de captação de energia solar; seja o proprietário da planta fotovoltaica; detenha o registro da planta perante a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); tenha o direito de explorar a planta fotovoltaica como autoprodutor ou produtor independente; receba os valores relativos a investimentos da Copel para pagar os fornecedores.

No documento assinado por Petraglia, a CAP S.A. justifica o pedido como uma maneira de viabilizar a implantação do projeto. Para isso, o clube pretendia "explorar a planta segundo suas melhores análises de caráter comercial e financeiro visando o retorno de seu investimento". Também pedia que a tarifa cobrada fosse aquela que propiciasse "melhor economicidade à operação do complexo". O Atlético ainda se propunha a investir R$ 2,647 milhões na contratação de serviços ou equipamentos e pedia à Copel assessoria na negociação com a Tecnometal, empresa fornecedora dos painéis.

No documento em que responde à demanda atleticana, a Copel explica que a impossibilidade de alterações no projeto e nas questões relativas à propriedade e comercialização da planta fotovoltaica haviam sido tratadas em uma carta endereçada à CAP S.A. no dia 8 de novembro de 2012. Segundo a assessoria da empresa, a Aneel veta a cessão desses direitos a terceiros.

O projeto de fornecimento de energia solar à Arena da Baixada começou a ser discutido em agosto de 2011. Em fevereiro do ano passado, Atlético e Copel concordaram em firmar a parceria, segundo regras estipuladas pela Aneel. Seis meses depois, após alterações no projeto do estádio, com a inclusão do teto retrátil, a Copel fechou a alternativa técnica para a instalação da rede elétrica.

Os painéis, de material 30% transparente e medindo 2,7 m2 cada, ficarão prensados entre duas camadas de vidro do teto do estádio. A previsão é de que a estrutura gere 2,3 kW, o suficiente para iluminar 4.600 casas.

O investimento estimado pela Copel é de cerca de R$ 25 milhões. Pelo prazo de 25 anos, a empresa se compro­mete a operar e manter o sistema, mediante aluguel que começa a ser pago quando iniciar a comercialização, em leilão, da energia gerada pela plan­­ta fotovoltaica.

No ofício de 5 de março, a companhia pediu à CAP S.A. uma proposta de aluguel da cobertura. Até a última quinta-feira, segundo a assessoria da empresa, essa pretensão não havia sido passada. Sem esse acerto de preço, o projeto não tem como avançar.

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