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Faltam 50 dias para o primeiro jogo da Copa na Arena da Baixada | Brunno Covello / Gazeta do Povo
Faltam 50 dias para o primeiro jogo da Copa na Arena da Baixada| Foto: Brunno Covello / Gazeta do Povo

Estádio

Baixada ocupa 4.º lugar no ranking de encarecimento

A Arena da Baixada teve o quarto maior aumento de custo, mas segue como um dos estádios mais baratos da Copa de 2014. Na matriz de responsabilidades elaborada em janeiro de 2010, o estádio estava orçado em R$ 184,5 milhões. Era o segundo mais barato, atrás apenas do Beira-Rio, estimado em R$ 130 milhões.

A Baixada será entregue em maio ao custo de R$ 330,7 milhões, um aumento de 78%. Porcentualmente, perde apenas para três outras sedes: São Paulo, que trocou o Morumbi pelo Itaquerão (242%), Porto Alegre (154%) e Brasília (88%).

Ainda assim, continua como o segundo estádio mais barato da competição. Segue, por pouco, abaixo do Beira-Rio.

A conta final da Baixada ainda mantém indefinida a divisão entre Atlético, governo do Paraná e prefeitura de Curitiba. O orçamento de R$ 184,5 milhões que consta na matriz previa a partilha em três partes iguais.

O poder público admite dar apenas a valorização do potencial construtivo emitido para o estádio. Calculado inicialmente em R$ 123 milhões, o volume da moeda virtual já gira em torno de R$ 150 milhões. O Atlético defende o manutenção do acordo tripartite para o orçamento completo. Caso isso aconteça, o poder público local desembolsará R$ 741 milhões pelo inflacionado pacote da Copa na cidade.

Curitiba terá uma Copa do Mundo mais cara, mais pública e com um legado menor que a projetada há quatro anos, na matriz de responsabilidades.

Confira detalhes do orçamento da Copa em Curitiba

Assinado em janeiro de 2010, o documento listava um plano de investimentos de cada uma das 12 sedes do Mundial. Na capital paranaense, um pacote de dez intervenções de mobilidade e no estádio – reforçado seis meses depois pelo projeto do Aeroporto Afonso Pena –, ao custo de R$ 734,8 milhões. Uma fatura com 17,8% de investimento direto dos governos estadual e municipal, fora financiamentos federais via PAC da Copa.

A 50 dias do primeiro jogo na Arena da Baixada, o retrato é diferente. O pacote de obras ficou 40% mais caro, chegando a R$ 1,02 bilhão, dos quais R$ 671 milhões pagos pelo poder público local. É hoje 67% do montante, podendo aumentar ainda mais dependendo da divisão final do custo da Arena. Dinheiro gasto em um pacote que perdeu obras definitivas e ganhou investimentos exclusivos.

A matriz de responsabilidades original perdeu três obras: Avenida Cândido de Abreu, Terminal Santa Cândida (gerenciadas pela prefeitura) e Corredor Metropolitano (intervenção do governo estadual). Nos três casos, a necessidade de revisão nos projetos elevou os custos e empurrou o prazo de conclusão das intervenções para depois da Copa.

"Quando apareceu a oportunidade de conseguir crédito federal, foram identificadas algumas melhorias necessárias para a Copa, mas não tinha projeto definitivo. Se não tem projeto, não tem orçamento fechado", explica o secretário municipal de Copa, Reginal­­do Cordeiro.

Para exemplificar, ele cita o projeto da Cândido de Abreu, que não previa custos de drenagem no cruzamento com a Inácio Lustosa nem enterrar a fiação elétrica da via. Quando foi excluída, a intervenção estava orçada em R$ 30 milhões.

Mesmo obras mantidas no projeto encareceram pelo mesmo motivo. A extensão da Linha Verde Sul também não previa gasto com drenagem, o que levou a empresa que tocaria o trabalho a rescindir o contrato. A obra ficará pronta a tempo para Copa, porém 28,8% mais cara. Um acréscimo tímido, se comparado aos projetos estaduais do Corredor Marechal Flo­­ri­­­­ano (134%) e do Sistema Integrado de Monitoramento (104%); dos trechos municipais dos corredores Aeroporto-Rodoferroviária (102,9%) e Marechal Floriano (90,1%).

São as quatro obras que mais encareceram no período, comparando dados da matriz de responsabilidade de janeiro de 2010 e do Tribunal de Contas de novembro de 2013.

O encarecimento do custo total teve como efeito colateral um aumento do investimento direto da prefeitura e do estado. A matriz de responsabilidade serviu de referência para quanto cada obra receberia de crédito da Caixa, via PAC da Copa. Uma conta com 95% de financiamento federal e 5% estadual ou municipal.

Com os novos orçamentos, a balança passou a ter uma nova proporção. Nas obras estaduais de mobilidade, o investimento direto passou para 33,8%. Nas intervenções municipais de mobilidade previstas na matriz, passou a 31%.

A prefeitura também assumiu projetos que não estavam orçados. Alguns deles, com duração restrita à Copa. É o caso da estruturas temporárias da Arena, que custarão R$ 35 milhões, ou da central para inspeção veicular (R$ 2 milhões). "Foi assumido o compromisso de fazer. Como toda a contrapartida, tivemos de botar o dinheiro na frente para depois receber o recurso do PAC da Copa", resume Cordeiro.

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