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"País tropical" deixará de ser a trilha sonora de Daiane dos Santos antes mesmo de estrear oficialmente. Escolhida em setembro para suceder "Brasileirinho", a canção composta por Jorge Ben Jor não vai mais embalar os saltos da ginasta por causa de problemas entre a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e o Grupo Editorial Musical Arlequim, que detém os direitos autorais da música, quanto à permissão para que ela fosse executada em competições.

Ontem, imediatamente após desistir de "País tropical", a entidade começou a trabalhar outras opções. "Canta, Brasil", de David Nasser, "Tico-tico no fubá", de Zequinha de Abreu, e composições de Ary Barroso, cujos nomes não foram revelados, são as candidatas à nova trilha. A escolha deve ser feita até amanhã, para que os arranjos sejam preparados a tempo de Daiane utilizá-los na etapa de Lyon (França) da Copa do Mundo, dias 18 e 19 de março.

Para acelerar a escolha, a atleta trocou a folga de ontem por uma tarde no estúdio da produtora Maria Ângela Molteni, responsável pelos arranjos de "País tropical" e "Brasileirinho". Elas ouviram e testaram diversas músicas, mas não chegaram a uma decisão.

Independentemente da escolha, a nova trilha não terá uma estrutura muito diferente do "Brasileirinho". "Precisamos manter a mesma estrutura para não modificar radicalmente a coreografia", afirmou a coordenadora da seleção brasileira de ginástica, Eliane Martins.

Ela acredita que os 30 dias de hoje até a competição na França serão suficientes para Daiane ensaiar com a nova música. No entanto, não está descartada a utilização da trilha sonora da Olimpíada de Atenas neste início de temporada.

Eliane revelou aborrecimento com o imbróglio em torno da liberação dos direitos autorais de "País tropical". Segundo ela, a editora fez uma série de questionamentos sobre a utilização da música, deixando a CBG com medo de que pudesse ocorrer a cobrança de alguma taxa.

Se a entidade voltar a ter problemas para a execução de músicas, não está descartada a possibilidade de uma revisão na política de utilizar somente composições nacionais nas coreografias.

"Não existe legislação específica sobre isso, então vai do entendimento de cada um. A viúva do Waldir Azevedo (compositor de "Brasileirinho") ficou extremamente agradecida por nós termos resgatado a música. Se todo mundo for começar a cobrar direitos autorais, aí teremos de voltar a usar músicas estrangeiras ou compor nossas próprias trilhas", disse Eliane.

Daiane se apresentou apenas um vez com "País tropical". No dia 1.º de outubro do ano passado, durante um evento especial no Teatro Guaíra, em Curitiba.

O Grupo Arlequim não se pronunciou sobre o caso.

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