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Quanto mais nos aproximamos do final do campeonato, maior é o grau de preocupação entre os esportistas, em virtude de estranhas interferências do apito, modificando alguns resultados durante os jogos e, fora do campo, com decisões de julgadores que punem jogadores inocentados pela arbitragem. Depois da punição imposta pelo STJD – Superior Tribunal de Justiça Desportiva –, em contestada interpretação de um auditor carioca que se declarou torcedor do Flamengo, a Ronaldinho Gaúcho, do Atlético Mineiro, impedindo-o de atuar frente ao Internacional, chegou a vez de o mesmo tribunal demonstrar coerência e isonomia no lance do último domingo em que Fred, do Fluminense, empurrou e derrubou Júnior César, do Atlético Mineiro, sem nem sequer ter recebido advertência do árbitro.

É impossível dar credibilidade a um campeonato no qual o nível de arbitragem é um dos mais fracos, com erros primários e interpretações estapafúrdias de juí­zes e auxiliares, e que ainda por cima sofre influências de decisões dos membros do STJD.

Como o Comitê de Arbitragem da Fifa resiste em adotar a utilização dos recursos eletrônicos para dirimir dúvidas de interpretação das regras durante o jogo é, no mínimo, discutível que o tribunal esportivo pretenda usá-los, dias depois do acontecido, para adotar uma postura coercitiva.

Não, absolutamente, não poderia. Tanto quanto não se deveria dar crédito aos comentários feitos durante as transmissões de jogos pela televisão, com sucessivas repetições dos lances duvidosos, como se o olho humano possuísse a mesma capacidade do olho mecânico dos modernos aparelhos à disposição no mercado.

Um dos papéis mais deploráveis é interpretado por ex-árbitros travestidos de comentaristas – todo apitador gaúcho parece que virou analista dos ex-colegas, e nem todos são de Bagé –, que só assumem uma opinião definitiva após a repetição do lance duas ou mais vezes. Ninguém mais do que eles sabem que o juiz do jogo deve nortear o seu trabalho, única e exclusivamente, pelo que viu no momento do lance. E, como se sabe, ele só dispõe do ponto de áudio para receber informações extracampo, fato que não deixa de representar um passo à frente no processo de modernização da arbitragem mundial.

A repetição exaustiva das jogadas polêmicas e as intervenções dos comentaristas de arbitragem na tevê representam uma maldade contra aqueles que se encontram dentro do campo com a responsabilidade de conduzir partidas oficiais que mexem com o interesse de milhares e a emoção de milhões, envolvidos no grande negócio chamado futebol.

Que o futebol transformou-se em mero e atraente programa de televisão, não resta dúvida, mas é preciso tomar cuidado com o uso das imagens no julgamento de atuações e reputações, tanto de árbitros quanto de atletas.

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