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Torcedores do Coritiba em Fortaleza aproveitaram o treino de ontem no CT do Fortaleza para apoiar o time antes da partida decisiva de hoje | Hedeson Alves/ Gazeta do Povo
Torcedores do Coritiba em Fortaleza aproveitaram o treino de ontem no CT do Fortaleza para apoiar o time antes da partida decisiva de hoje| Foto: Hedeson Alves/ Gazeta do Povo

R$ 20 mais caro

O Coritiba anunciou ontem o aumento de R$ 20 nos ingressos de todos os setores do Estádio Couto Pereira para os jogos do Campeonato Brasileiro. A arquibancada passará a custar R$ 80; a reta da Mauá R$ 100 e a social superior R$ 160. Há meias-entradas para todos os setores.O acréscimo no valor visa incentivar o torcedor a aderir aos planos de sócios do clube, que não tiveram ajustes e variam entre R$ 25 e R$ 135. "O objetivo é incentivar a associação. Mas não é apenas isso. O futebol está caríssimo. Não é fácil manter um elenco competitivo", justificou o vice-presidente do clube, Vilson Ribeiro de Andrade. Os novos valores já valem para o jogo de estreia do Alviverde, domingo, contra o Atlético-GO, a partir das 16 horas. Os ingressos começam a ser vendidos amanhã.

Personagem

Ídolo do Ceará era vaiado no Coxa

Destaque da equipe e ídolo da torcida do Ceará, aos 37 anos, o meia Geraldo deixou o Coritiba pela porta dos fundos em 2007. Contratado em fevereiro, já com 33 anos, para dar mais experiência à equipe que disputaria pela segunda vez a Segunda Divisão, o jogador acabou incluído em uma lista de dispensas apenas três meses depois, ao lado de outros 16 atletas.

Na época, Geraldo desembarcou no Couto Pereira como o capitão do Sport Recife que subiu para a Primeira Divisão na temporada anterior. Cinco anos antes, integrada o elenco do Atlético campeão nacional, sem nenhum destaque.

No Coxa, era vaiado até quando fazia aquecimento. "Não deu certo, acontece. Não tem muita explicação. Tínhamos bons jogadores, como Keirrison, Henrique, Pedro Ken, mas não fomos bem no começo do ano. Foi uma passagem muito rápida. Não fica nenhum ressentimento", relembra Geraldo.

Coordenador de futebol coxa-branca à época, João Carlos Vialle complementa: "Ele não caiu no gosto da torcida. Era vaiado sempre. Mas mostrou bom caráter e pediu para ir embora. Poderia ter se acomodado até o final do contrato". O meia havia acertado um "contrato de risco" com o clube, que poderia ser rescindido quando a diretoria entendesse.

O mesmo respeito de Vialle por Geraldo pode ser visto no atual elenco alviverde. Para o goleiro Édson Bastos, o jogador é peça-chave do confronto pela semifinal da Copa do Brasil. "É um grande jogador, que vai merecer uma atenção especial. Não podemos deixá-lo pensar o jogo, pois o Geraldo é o responsável por criar a maioria das jogadas de gol do Ceará", analisa. (AP)

Fortaleza - Ceará e Coritiba, equipes que começam a disputar hoje uma vaga na final da Copa do Brasil, têm mais semelhanças do que os 3,5 mil km de distância entre Curitiba e Fortaleza sugerem.

Apesar de dividirem apenas o branco como a cor em comum em seus uniformes, ambos foram campeões estaduais antecipados, vencendo os dois turnos, sem a necessidade de uma final. São clubes antigos (96 anos e 101 anos, respectivamente) e que ostentam a figura de um avô como apelido (Vozão) ou mascote (Vô Coxa). Mais: eliminaram equipes tradicionais nas quartas de final da competição (Flamengo e Palmeiras) e lutam pelo primeiro troféu no torneio que serve de atalho para a Libertadores. E essas similaridades vão além.

"O Ceará pode ter essa semelhança porque é um time determinado, que não tem grandes estrelas. Eles apresentam um conjunto interessante e cumprem bem o comando do técnico. Às vezes há vários jogadores atrás da linha da bola, mas que também chegam à frente", comparou o técnico coritibano Marcelo Oliveira.

Outro dado que expõe o quão parecidos são os times é o aproveitamento de ambos na temporada. Melhor equipe do país no ano, o Coritiba ganhou 92% dos pontos disputados. A primeira derrota só veio no jogo de volta contra o Palmeiras (0 a 2), pelas quartas de final, após a goleada por 6 a 0 que praticamente garantiu a vaga na primeira partida. Já o Alvinegro, que perdeu três vezes em 2011, tem desempenho de 84%.

Por causa de tanto equilíbrio, a ordem é uma só. "Primeiramente, precisamos jogar com o regulamento, pois é mata-mata. Vamos fazer um grande jogo aqui para poder decidir em Curitiba, diante da nossa torcida", apontou o meia-atacante Rafinha.

Outra semelhança entre Ceará e Coritiba está justamente na torcida contrária. Tanto o Alvinegro quanto o Alviverde têm um grande adversário (Fortaleza e Atlético, respectivamente), cujo papel momentâneo limita-se a secar o rival.

Em Fortaleza, por exemplo, os fãs do time homônimo já aderiram à torcida alviverde. O comerciante Antônio Teixeira, 62 anos, conhecido como o "barbudo do Mercado Central", fez a festa quando recebeu em sua loja o aposentado curitibano Jorci Andreola, 70 anos, que viajou ao Nordeste para assistir à partida da equipe do coração.

"Com certeza vamos torcer pelo Coritiba. Mas rapaz, só quero [o placar] 1 a 0. Não quero que façam como fizeram contra o Palmeiras. Aquilo lá é covardia", disse Teixeira, caindo em gargalhada.

O vendedor Albino Lima, 32 anos, também torcedor do Leão, concordou. Mesmo sem conhecer os jogadores do Coxa, está confiante em um revés do Vozão. "Conheço nenhum, não. Mas o Coxa vai ganhar do mesmo jeito. A torcida do Fortaleza vai ajudar", declarou ele, que quer ver a "Carroça Desembestada" parar hoje.

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