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Frankfurt – As pessoas chegavam e cumprimentavam-se sem saber direito o que dizer. Ficavam em rodinhas, quietas. Quando falavam, eram apenas lamentos e a tentativa de buscar uma explicação para o baque inesperado.

O ambiente era o hotel delegação brasileira em Frankfurt, mas poderia ser a ante-sala de um velório. A seleção mais festejada na Alemanha viveu um clima fúnebre no seu último dia no país da Copa.

Alguns jogadores se despediram ainda no sábado, após o jogo, casos de Dida, Gilberto e Robinho. Quem permaneceu no local evitou qualquer visita ao lobby, onde imprensa e alguns torcedores montaram campana. Quem saiu, usou caminhos alternativos, como as portas de serviço.

Mesmo assim, foi impossível fugir dos insultos dos torcedores, revoltados por não poderem comemorar o título que era dado como certo. Gritos de "mercenário" e "time sem-vergonha" eram a trilha-sonora da saída do ônibus que levou, no meio da tarde de ontem, os últimos jogadores ao aeroporto.

Após a longa madrugada pós-derrota, alguns arriscaram justificativas para a eliminação precoce.

"Não só eu, mas todos esperavam mais sucesso", afirmou Ronaldinho Gaúcho. Maior decepção do país no Mundial, o melhor jogador do mundo deixou a concentração pela manhã e não volta ao Brasil. "Foi mais difícil do que a gente imaginava (lidar com a eliminação). Agora é preciso juntar forças e pensar quatro anos adiante. Infelizmente, só nos resta planejar o futuro", acrescentou.

O atacante Adriano voltou a falar – não havia concedido entrevistas desde sua ausência entre os titulares contra o Japão – e criticou a demora para entrar em campo contra a França. "O Parreira tinha as opções dele. Mesmo assim, tive oportunidade. Mas quando entrei, já estava difícil. A França já tinha feito 1 a 0 e estava recuada. Eu e o Robinho entramos para tentar levar o jogo para a prorrogação, mas não foi possível", afirmou o atacante, autor de dois gols no torneio. Artilheiro do Brasil na Copa, Ronaldo preferiu não falar com a imprensa. Ao lado da namorada Raica, deixou o hotel por uma porta lateral com destino a Madri, onde vai passar férias com a família.

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