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Angola - O maior torneio de futebol da África começa em Angola neste domingo (10) sob a sombra de uma emboscada sofrida pelo ônibus da seleção de Togo que deixou três mortos e sete feridos, levando o país a retirar seu time da competição.

O governo angolano investiu 1 bilhão de dólares na construção de estádios, estradas e hotéis para a competição, que reúne as melhores seleções do continente. O torneio, que acontece até 31 de janeiro, será transmitido ao vivo para o mundo todo.

A Copa das Nações Africanas, que acontece a cada dois anos, deve começar com fogos de artifício e champanhe em um gigantesco estádio na capital Luanda, onde os anfitriões enfrentam Mali no jogo de abertura, que está marcado para este domingo.

Mas o ataque de sexta-feira (8) contra a equipe de Togo em Cabinda, ao norte de Angola, organizado por um grupo que o governo angolano havia dito recentemente que não mais existia, jogou uma sombra sobre um evento que deveria mostrar que Angola finalmente vivia em paz após anos mergulhada em guerra civil.

Os rebeldes do grupo separatista Forças de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) atacaram o ônibus de Togo com rajadas de bala, matando o motorista do veículo e ferindo outras nove pessoas. Dois componentes da seleção de futebol de Togo morreram no sábado.

Um ministro togolês disse que o governo retiraria o time do torneio em razão "a situação dramática." Nenhuma das outras seleções decidiu fazer o mesmo por solidariedade, porém algumas equipes, como o Egito, atual campeão africano, exigiu que a segurança ficasse mais rígida.

Analistas de segurança disseram que a emboscada mostrou como insurgentes podem facilmente tomar as manchetes de jornais ao redor do mundo com ataques relativamente simples e embaraçar as nações ao expor as falhas na questão da segurança.

Mais segurança

Este foi o segundo ataque contra uma seleção esportiva em menos de um ano. Em março último, seis policiais e um motorista foram mortos quando um atirador atacou o ônibus que levava a equipe de críquete do Sri Lanka no Paquistão.

O ataque da última sexta-feira fez surgir questões sobre a segurança necessária para a próxima Copa do Mundo de futebol, que acontece na África do Sul, em junho deste ano, mas os organizadores deste evento disseram que comparações desse tipo não fazem sentido.

A África do Sul será o primeiro país africano a receber o maior evento de um único esporte no mundo.

Danny Jordaan, chefe da organização da Copa do Mundo da África do Sul, disse que o ataque não causará impacto no Mundial deste ano. "Não faz sentido a Àfrica do Sul ter sua reputação manchada pelo que aconteceu em Angola, que não é sequer um país fronteiriço ao nosso," disse.

Analistas de segurança dizem que as pessoas envolvidas com a Copa do Mundo em outros países dificilmente ignorarão o ataque que aconteceu em Angola e deverão rever a preparação de segurança para sua temporada na África do Sul.

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