Split, Croácia (AE) – Há jogos da seleção condenados a cair no esquecimento, pela falta de beleza ou por desempenho sem brilho. O amistoso de ontem com a Croácia tende a ser uma dessas apresentações que, no futuro, merecerão citação apenas de fanáticos por futebol de memória impecável.

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O time de Carlos Alberto Parreira entrou em campo praticamente com força máxima – faltaram Roque Júnior e Ronaldinho Gaúcho –, mas escorregou na grama molhada e no placar de 1 a 1 contra um rival que faz boa campanha nas Eliminatórias européias para o Mundial de 2006. Ronaldo e Adriano, a dupla de atacantes que o treinador queria ver em ação, não empolgou e ainda perdeu três boas chances para marcar.

A torcida croata foi ao Estádio Poljud disposta a incentivar sua equipe e também ávida por espetáculo dos campeões do mundo. Tanto que aplaudiu com entusiasmo lançamentos de Ricardinho, dribles de Robinho (no segundo tempo), chutes de Ronaldo e até a substituição de Kaká. Mas voltou para casa um tanto decepcionada, porque foram poucos os momentos que de fato valeram a pena na partida disputada em campo pesado, por conta do temporal que caiu à tarde.

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O Brasil esboçou impor-se pelo talento e criou a primeira oportunidade aos 13 minutos, quando Ronaldo recebeu lançamento longo de Zé Roberto, entrou em diagonal, da forma como mais lhe agrada, e chutou para fora. O susto deixou os croatas mais atentos e fez com que passassem a marcar de perto a movimentação do Fenômeno, de Adriano e de Kaká.

Ao mesmo tempo, os donos da casa tratavam de ser rápidos nos contra-ataques. Os croatas receberam um presente irrecusável aos 31 minutos. Dida repôs a bola em jogo, com passe curto para Juan. O zagueiro devolveu ao goleiro, sem perceber que Olic estava atrás. O atacante, esperto, tocou de primeira, a trave impediu o gol, mas Kranjcar pegou o rebote e não desperdiçou.

O troco veio 11 minutos mais tarde, com falta na entrada da área da Croácia. Ricardinho bateu com precisão, a bola tocou o travessão, por dentro, e enganou o goleiro Butina. "O gol croata foi uma bobeira que não pode acontecer", queixou-se Parreira, no intervalo. "Farei mudanças."

A defesa até que não vacilou muito no segundo tempo, mas o ataque também apareceu muito pouco. Conforme o combinado, os dois treinadores fizeram muitas alterações, que descaracterizam os times. Apesar dos escorregões, os torcedores aplaudiram e, após o jogo, houve bela queima de fogos.

Canarinhas

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Substituto – Parreira, que evitou comentários sobre quem foi melhor no papel de substituto de Ronaldinho. "Vou falar do time de forma coletiva", esquivou-se o treinador.

Quadrado – Os jogadores da seleção defenderam a utilização de quatro jogadores ofensivos. "Dá para jogar com o quadrado. É só cada um se adaptar à sua função", falou Ronaldo. "O esquema funcionou bem, tanto com o Ricardinho como o Robinho", atestou o capitão Cafu.

Artilheiro – O meia Ricardinho fez ontem seu primeiro gol pela seleção brasileira. A demora para desencantar com a camisa amarela se contrapõe ao desempenho ofensivo do paranaense em 2005. Ricardinho marcou seis gols na Libertadores e sete no Brasileiro pelo Santos, sendo artilheiro da equipe nas duas competições.

Em Split

CROÁCIA 1 x 1 BRASIL

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CROÁCIA Butina (Pletikosa); Thomas (Simic), R. Kovac e Simunic; Srna, Nico Kovac (Vranjes), Tudor, Babic e Kranjcar (Seric); Olic (Eduardo da Silva) e Klasnic (Balaban).Técnico: Zlatko Kranjcar.

BRASILDida; Cafu, Lúcio (Luisão), Juan e Roberto Carlos; Emerson, Zé Roberto (Renato), Kaká (Juninho Pernambucano) e Ricardinho (Robinho); Ronaldo (Ricardo Oliveira) e Adriano (Júlio Baptista). Técnico: Carlos Alberto Parreira.

Estádio: Poljud. Gols: Kronjcar (C), aos 31’ do 1.º; Ricardinho (B), aos 42’ do 2.º. Árbitro: Florian Meyer (Alemanha). Amarelo: Lúcio.