Enrique Bernoldi, na época de Arrows: piloto que já integrou elite da F-1 ainda não sabe onde vai correr em 2009| Foto: Albert Gea / Reuters

Acostumado a se preocupar apenas com o próximo teste, o próximo treino e a corrida seguinte, o paranaense Enrique Bernoldi encara uma triste realidade neste fim de ano. Há menos de um mês, o piloto completou 30 anos, mas sem ter muito o que comemorar quando o assunto é o automobilismo. Com uma lesão na mão, Bernoldi não completou a temporada 2008 da Fórmula Indy por uma equipe pequena, e ainda não sabe onde vai correr no próximo ano.

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O presente parece distante de um passado vencedor, com um título na Fórmula Renault Européia, e uma boa passagem pela Fórmula 3 Inglesa e pela Fórmula 3000 (atual GP2), antes de chegar à Fórmula 1. Na principal categoria do automobilismo mundial, Enrique Bernoldi foi piloto de testes em duas equipes (Sauber e BAR – atual Honda) e correu duas temporadas na Arrows, porém viu a sua saída da F-1 ser antecipada por conta da falência da equipe. Após este período, o piloto pouco brilhou, com passagens pela Fórmula Nissan, Stock Car e Fórmula Mundial, que se uniu à Fórmula Indy neste ano.

"A falência da Arrows, um ano antes do fim do meu contrato, complicou bastante a minha carreira", revelou Bernoldi, por telefone, à Gazeta do Povo Online. Curtindo férias com a esposa na Itália, o paranaense contou que o ano não foi dos mais favoráveis, sobretudo nos circuitos ovais.

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"As equipes da F-Mundial só receberam o carro deste ano uma semana antes da primeira prova. Além disso, os meus engenheiros, por exemplo, nunca tinham competido em um oval na vida, então isso dificultou bastante. Os times que já estavam na F-Indy tinham um carro para circuito misto, e outro para ovais, enquanto eu tinha de correr com o mesmo em todas as etapas. Isso tudo sem falar da diferença de orçamento entre as equipes", completou.

Temporada para esquecer na F-Indy

Correndo pela modesta Conquest Racing, Enrique Bernoldi ainda conquistou bons resultados nos circuitos de rua de St. Petersburg e Long Beach, chegando em quinto e quarto lugares, respectivamente.

"Comecei bem a temporada, com estes bons resultados, mas quando vieram os ovais eu tive problemas com o dono da equipe. Eles tentam sobreviver, e eu estava tentando fazer o meu nome lá, porém eles não podiam me dar o carro que eu gostaria. Eles precisam de um piloto que leve dinheiro para o time, e o Alex Tagliani, que me substituiu na corrida da Austrália, encheu o carro de patrocínio".

Na etapa de Sonoma, o piloto sofreu um sério acidente e ficou de fora do restante da temporada.

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"A suspensão do carro quebrou durante os treinos, e na batida acabei rompendo os ligamentos de um dos dedos. Também tive uma fissura do osso da mão, cheguei a fazer uma infiltração para correr, largando em último, mas o volante do F-Indy é bem pesado, o desgaste físico é grande. O resultado do esforço foi que eu tive de passar por uma cirurgia neste osso que havia quebrado, ainda mais depois de um escorregão que tive dentro de casa", comentou Bernoldi.

Piloto pode correr ao lado de Ricardo Zonta

Com residência fixa em Miami, Bernoldi não quer deixar os Estados Unidos, por isso já negocia com outras equipes da F-Indy. Todavia, o piloto tem um plano B: correr de turismo.

"É uma possibilidade. Eu fiz a Stock e, na primeira temporada, cheguei em dois pódios e fiquei em 12.º no campeonato, o que pode ser considerado um bom primeiro ano lá. Nos EUA eu posso participar da Grand Am Series (como já faz o amigo e também paranaense Ricardo Zonta), mas ainda não está nada definido. Existem outras possibilidades também, o que é certo é que vou correr em algum lugar", explicou.

Até concluir as negociações que envolvem o seu futuro, o paranaense aproveita para cuidar da mão, curtir a família e os 12 cachorros que possui em casa. A meta é estar 100% recuperado e pronto para correr em janeiro.

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