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Jogadores se abraçam para festejar o triunfo do Coxa em 2010 | Albari Rosa/ Gazeta do Povo – enviado especial
Jogadores se abraçam para festejar o triunfo do Coxa em 2010| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo – enviado especial

Duque de Caxias 2x3 Coritiba

Estádio: São Januário. Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF). Gols: Léo Gago (C) a 1/1.º, Enrico (C) aos 20/1º, Somália (D) aos 32/1.º, Frontini (D) aos 41/2º e Marcos Aurélio (C) aos 44/2.º. Amarelos: Mancuso e Paulo Rodrigues (D); Lucas Mendes, Leandro Donizete e Édson Bastos (C). Público pagante: 513. Renda: R$ 4.570,00.

Duque de Caxias: Lopes; Amaral, Gustavo, Edson e Paulo Rodrigues; Xaves (Frontini), Mancuso, Leandro Chaves e Lenílson (Juninho); André Luís (Danilo Rios) e Somália.Técnico: Gílson Kleina.

Coritiba: Édson Bastos; Ângelo, Jéci, Cleiton e Lucas Mendes (Dudu); Leandro Donizete, Léo Gago, Rafinha (Tcheco) e Enrico (Willian); Marcos Aurélio e Leonardo.Técnico: Ney Franco

O jogo

Mais uma bomba de Léo Gago abriu o caminho, logo no primeiro minuto, contando com a sorte de ver a bola bater na trave, no goleiro e entrar. Em um contra-ataque, Enrico aproveitou o segundo rebote para fazer 2 a 0. Mas o Duque foi para cima e buscou a reação, com Somália ainda no 1º tempo e Frontini já aos 41 da etapa final. Porém o Coxa, que havia diminuído o ritmo, foi buscar a vitória com um golaço: jogada individual de Tcheco e cavadinha de Marcos Aurélio.

Rio de Janeiro - O Coritiba está de volta à elite do Campeonato Brasileiro. Ontem, após vencer por 3 a 2 o Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, o time dirigido por Ney Franco superou um dos piores momentos na centenária história alviverde.

Com o resultado em São Ja­­nuário, o clube não só retorna a figurar entre os grandes como levanta a cabeça em relação à barbárie ocorrida na última partida do ano passado, ante o Flu­­mi­­nense, no Couto Pereira – torcedores organizados invadiram o gramado e protagonizaram uma luta campal contra a polícia, tornando a redenção alviverde motivo de dúvida generalizada.

Fora das quatro linhas, o clube do Alto da Glória teve de se contentar em aceitar como vitória jurídica – e realmente foi – jogar dez partidas com seu mando de campo em Joinville (SC). Mas pagou pelo vandalismo com a vontade e superação de um time que mostrou, na linguagem do futebol, "vergonha na cara". Boa parte do grupo que ontem comemorou a classificação estava presente na queda. A comissão técnica, inclusive.

"Coloquei isso como um desafio pessoal para mim. Sabia que seria um ano difícil, mas defini que ao final desta temporada gostaria de poder olhar para trás e ver que aquilo já passou", afirmou o técnico Ney Franco. "Quando uma equipe cai, normalmente o primeiro que vai é o treinador. E o que me fez ficar foi a procura do clube para que eu desenvolvesse um projeto."

Do antigo G9 alviverde, a cúpula administrativa, apenas o presidente Jair Cirino foi mantido. Internamente, ele foi preservado para não sair com a pecha de derrotado. Na noite quente carioca, o dirigente estava aliviado e foi um dos mais emocionados com a redenção.

"Dá orgulho presidir um grupo como esse, mas o mérito é de toda a instituição. O Coritiba volta a ocupar o seu lugar, que é de direito. Agora vamos ao título", ressaltou o cartola, que chegou a ser perseguido e ameaçado por vândalos após a queda de divisão.

A redenção de ontem lembrou – e muito – a saga de três anos atrás, quando o Coxa bateu o Santa Cruz, no Recife, também por 3 a 2, sacramentando o título da Série B nos minutos finais com um gol quase "espírita" de Hen­rique Dias. Desta vez o herói foi Marcos Aurélio que, aos 44 do segundo tempo, completou o sofrido enredo de um clube que precisou lutar até o fim.

Os gols de Léo Gago e Enrico, logo no começo da partida, poderiam indicar facilidade. Doce engano. O Duque também queria ser protagonista, e lá foram So­­mália e Frontini atrapalhar a vida coxa-branca. Até que Marcos Au­­rélio completou, com extrema categoria, boa jogada de Tcheco.

"O sofrimento foi muito grande, mas acabou", disse o herói, atrapalhado pelo coro de o "O Coritiba voltou!", canção que embalou a alegria coxa-branca no gramado de São Januário. "Essa equipe é guerreira e agora já pode sorrir", emendou o capitão Jéci, remanescente da batalha de 2007 – e do fiasco do ano passado.

O projeto que parecia ter data para terminar ontem, porém, continua, como fizeram questão de frisar os jogadores. Foi estendido para, no mínimo, mais uma rodada. É quando o Coritiba quer comemorar o segundo título da Série B.

Sábado, às 17 h, o Coxa pode festejar com os fãs essa sacudida de poeira. Se vencer o Figueirense será o cam­­peão – caso o Bahia tropece diante da Lusa, em Salvador. "Que­­ro entrar em campo e aplaudir a torcida. Somos apenas os convidados desta festa [sábado]", cravou Ney Fran­­co, que abriu a coletiva cantando "É hoje", samba da União da Ilha de 1981. Afi­­nal, ontem, a alegria coxa também atravessou o mar.

Colaborou Carlos Eduardo Vicelli

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