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Comitê traça metas e divide cobranças

A crise financeira não retraiu as metas do COB. O novo ciclo olímpico começa com objetivos traçados para todas as confederações até Londres-2012. A medida não é nova, mas ficou mais clara. Ao definir, por exemplo, que a ginástica masculina pretende conquistar uma medalha no solo e uma final na trave e que o judô vai buscar três pódios na Inglaterra, o COB aposta na transparência. As metas não se restringem a resultados e incluem contratação e capacitação de técnicos, trabalhos na base, o aumento de federações, entre outros. Ao tornar público onde o país quer estar daqui a quatro anos e quanto vai gastar para isso, o Comitê abre espaço para cobranças. Espera dividi-las com confederações e federações. (ALM)

O compasso não será apenas de espera. Enquanto aguardam um posicionamento do Ministério do Esporte, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e o Conselho de Clubes Formadores de Atletas Olímpicos (Confao) acirram a contenda sobre a partilha dos recursos da Lei Agnelo-Piva.

Uma comissão foi instituída no Ministério para discutir o tema e terá 60 dias para definir se haverá ou não alteração no decreto presidencial que destina todo o montante arrecadado pela lei ao COB. Em 2008, o valor chegou a R$ 78.848.944,88 e é referente a 2% do acumulado com as loterias federais.

Esta semana, o Confao se reuniu para estabelecer regras para inclusão de novos clubes formadores. O encontro rendeu mais ataques ao posicionamento do Comitê Olímpico, contrário em dividir o montante.

"Nós tentamos contatos, uma conversa, uma parceria com o COB e nunca nos entendemos. Eles não reconhecem o valor dos clubes e defendem o absurdo discurso de que são as escolas que formam atletas e não os clubes", afirmou ontem à Gazeta do Povo o presidente do Confao, Sérgio Bruno Zech Coelho. Ele também preside o Minas Tênis, um dos oito clubes fundadores ao lado de Pinheiros, Sogipa, Grêmio Náutico União, Fluminense, Vasco, Corinthians e Flamengo.

O drama da ameaça do fim dos esportes olímpicos na Gávea, materializado pela mobilização de ginastas como Jade Barbosa, Daniele e Diego Hypólito, no início do ano, foi o estopim para a criação do Conselho, que amanhã completa dois meses.

Em entrevista exclusiva à Gazeta, o representante do COB na comissão do Ministério e responsável por definir os novos critérios de repasse dos recursos da Lei Piva (leia mais nesta página), Marcus Vinícius Freire, alega injusta e tardia a pretensão dos clubes.

"Querem dividir uma pizza que já está dividida. Achamos que o caminho dos clubes é a Lei de Incentivo ao Esporte, que já se mostrou uma importante alternativa. Inclusive o Minas e o Pinheiros conseguiram aprovação para captação, em 2009, de mais de R$ 39,7 milhões. Mais do que muitas confederações", rebateu.

A tréplica veio no mesmo tom. "O COB garantiu mais de R$ 20 milhões também com a Lei de Incentivo. É um instrumento para todos. Podem falar que é pouco dinheiro (da Agnelo/Piva) para dividir, mas somos parte dos sistema esportivo, não há como negar", acrescentou Sérgio Bruno Zech Coelho, citando que 77% dos atletas brasileiros na Olimpíada da Pequim eram oriundos dos clubes.

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