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Sérgio Sasaki chegou ao Mundial de Ginástica Artística de Londres sem muitas expectativas. Aos 17 anos, queria apenas fazer o seu melhor. Contra adversários mais experientes, surpreendeu e conseguiu a última vaga para a decisão do individual geral. Ali, já era uma vitória. Mas ele fez mais. Com 84.105 na pontuação geral, o ginasta garantiu ao Brasil o melhor resultado do país na história da categoria em Mundiais: 19º lugar - empatado com o espanhol Sérgio Muñoz -, superando a 23º colocação de Mosiah Rodrigues, em 2005.

Para um país sempre à espera de medalhas, pode não ser muito. Para o jovem ginasta, no entanto, o resultado significa o primeiro passo para futuras conquistas.

"Não pensei em chegar à final. No momento que tinha acabado de entrar na seleção, queria estar no Mundial. Quando fui convocado, queria fazer o meu melhor. Agora, estou vivendo uma ilusão que nunca tive antes. Quero ser campeão olímpico. E no próximo Mundial, vir para disputar o ouro", disse o brasileiro, que teve Diego Hypolito, a quem chama de ídolo, e Arthur Zanetti na torcida.

A vitória ficou com o japonês Kohei Uchimura, com 91.500 no somatório geral. O britânico Daniel Keatings levou a prata, com 88.925, seguido pelo russo Yury Ryazanov, com 88.400.

Exibições seguras marcam apresentação do brasileiro

Sasaki teve como primeiro aparelho o cavalo sem alça, onde teve um de seus melhores desempenhos. O brasileiro entrou de lado, com duas piruetas. Depois, fez um salto seguro, sem se arriscar. Com uma nota de partida mais baixa, somou 15.275 pontos. Em seguida, o ginasta foi para as paralelas. Começou com um giro, com um meio giro na sequência. Prosseguiu com uma parada de mão e uma cortada. Sasaki encerrou com um mortal, mas desequilibrou na saída e perdeu pontos, ficando com 13.500. Na barra fixa, uma boa apresentação. Acertou todos os elementos com precisão e teve uma boa saída, com um triplo mortal e uma nota de 13.650.

Depois de uma pausa para descanso e aquecimento, os ginastas voltaram para a última metade da disputa. Sasaki foi para o solo. Logo no primeiro exercício, o brasileiro teve uma queda, o que prejudicou sua nota final (13.925). Em seguida, somou 13.800 no cavalo com alça. Com o resultado, tinha, àquela altura, 56.350 no total e ocupava o 21º lugar.

Surpresa ao ver o resultado final

Sasaki foi então para seu último desafio: as argolas. O brasileiro abriu a disputa de seu grupo com a missão de garantir ao Brasil o seu melhor resultado no individual geral na história dos Mundiais. O ginasta não decepcionou. Com uma atuação segura, realizou uma bela série e com poucos erros. Saltou do aparelho com categoria, após um duplo mortal de grau de dificuldade elevado, que lhe deu 14.000 de nota.

Mesmo após a bela apresentação, Sasaki não escondia o nervosismo à espera do resultado final.

"No momento, estou meio nervoso. Foi uma competição muito boa para mim. Anteontem (terça), já me superei para competir hoje (quinta). Estar na final já é uma grande experiência para mim. Ver o Hypolito me assistindo é incrível. Estou vivendo uma maravilha aqui".

O resultado veio pouco depois. E ainda melhor do que o brasileiro esperava. Sasaki foi vendo seus adversários ficarem para trás e, no fim, não escondeu a surpresa ao ver o placar geral: 19º lugar.

"Estou muito feliz. Não dá nem para comparar. É o meu primeiro Mundial. Agora, é torcer pelos amigos e ir para a festa".

Nesta sexta, o Brasil estará em mais uma final. Arthur Zanetti disputa a decisão por aparelhos, nas argolas. Para ir à final, o brasileiro se classificou em oitavo-lugar.

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