Terezinha Guilhermina, atleta de Maringá, presenteou a presidente Dilma Rouseff com o mascote do Mundial de Atletismo para deficientes| Foto: Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Quatro medalhas de ouro, nas quatro provas que disputou. E dois recordes batidos ainda nas eliminatórias. Com esse cartão de visita, a paraatleta Terezinha Guilhermina apresentou-se, ontem, com os outros 24 atletas da seleção brasileira a presidente Dilma Roussef, no Palácio do Pla­­nalto, em Brasília (DF).

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A mineira, que treina, mora e estuda em Maringá, quebrou o protocolo ao, além do cumprimento à petista, ter colocado em seu pescoço as quatro medalhas que conquistou no Campeonato Mundial de Atletismo Parao­­lím­­pico, realizado na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia. "Também dei o Kiwi [o mascote do Mundial]". Não foi a única convenção que a atleta desobedeceu nos últimos dias.

Dilma agradeceu a gentileza, mas recusou as medalhas. "Estou devolvendo, mas elas estão no meu coração", disse. "Qualquer preconceito cai por terra ao ver as medalhas e superação dos atletas paraolímpicos. É um orgulho que vocês dão não só a cada pessoa com deficiência, mas a cada cidadão desse país", ressaltou a política.

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Na semana passada, Tere­­zinha bateu os dois recordes ainda nas eliminatórias dos 100 metros e 200 metros rasos, ao lado do guia Gui­­lherme Santana, quando o habitual é que as melhores marcas sejam cravadas nas decisões pelo pódio. "Já quebrei tanto protocolo na vida, por que não mais esses?", fala a corredora da categoria T11 (atletas com cegueira total).

Fez os 200 m em 24s74, baixando a marca de 24s99, que durava 11 anos. Nos 100 m, me­­lhorou sua própria marca para 12s13. "Dei tudo para ter o recorde nas eliminatórias, para evitar uma condição adversa de tempo, como vento ou chuva, na final", contou.

Aos 32 anos, a detentora de quatro medalhas olímpicas (um ouro, duas pratas, um bronze) também ficou com o topo do pódio nos 400 m e no revezamento 4 x 100 m e foi uma das principais responsáveis pelo melhor resultado do Brasil em mundiais. A seleção foi terceira colocada – atrás de China e Rússia – com 19 dos 25 atletas conquistando medalhas. No total, foram 30 (12 ouros, 10 pratas e 8 bronzes).

"A equipe foi, sobretudo, muito bem convocada. Todos os atletas vindos de preparações muito sérias e em boa fa­se. Os que não ‘medalharam’, estiveram nas finais", dis­se Terezinha. Além do su­cesso nas pistas, realizou um desejo pessoal: saltar de bungee jumping. "Foi ótimo. Sen­tir a adrenalina desse salto era uma motivação a mais para terminar bem a competição".

Este ano, ela e o guia ainda têm vários compromissos, visando aos Jogos Paraolím­­picos de Londres, em 2012: em abril, o Mundial de Atle­­tismo para Deficientes Vi­­suais, o Parapan-Americano de Gua­­dalajara e o Circuito Euro­­peu de Atletismo. "Acho que vou aparecer pouco na faculdade neste ano", disse, rindo.

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