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Prazo

Tempo para obter recursos aumenta

A notícia de que Curitiba estará fora da Copa das Confederações em 2013 foi recebida com surpresa, mas com certo alívio pela diretoria do Atlético. Isso porque agora o clube, o governo do estado e a prefeitura municipal têm mais tempo para buscar o restante dos recursos para a conclusão das obras.

O Rubro-Negro garante que está fazendo a parte dele, inclusive conversando com duas construtoras com chances de aportarem recursos. Uma delas, a OAS, já está em processo mais maduro, faltando uma negociação sólida sobre o modelo de negócios no qual a empresa e o clube trabalhariam.

Já em relação ao poder público, o Atlético não poupa críticas. "Já colocamos R$ 17 milhões. Agora os outros dois sócios [governo do estado e prefeitura] estão sendo figurativos. Eles têm de comparecer", disparou o presidente do Conselho Deliberativo, Gláucio Geara.

"Se fosse obra pública já teria 20 aditivos de contrato. Não estão entendendo isso. Para nós é diferente? Se é do governo, pode?", questiona o dirigente atleticano. (GR)

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O tão falado caderno de encargos da Fifa é quase um vilão para a realização de uma Copa do Mundo. As exigências são tantas, e tão específicas, que os arquitetos responsáveis pelos projetos dos estádios precisam fazer ajustes a todo momento que uma nova norma surge. Não poderia ser diferente com a Arena da Baixada, que teve o desenho alterado significativamente para atender às normas mais atuais da entidade maior do futebol mundial.

A 5.ª edição do documento, liberada no início do ano, pegou muitos arquitetos de surpresa e foi a grande responsável pelo acréscimo de R$ 85 milhões em relação ao orçamento inicial de conclusão do estádio curitibano para a Copa, que era de R$ 135 milhões. O que valia ontem, não vale mais hoje. E um projeto desenhado sobre uma edificação já de pé, sofre ainda mais.

"Em alguns projetos, que podem ter um pouco mais de flexibilidade, não foi muito traumático. Para outros, já existentes, vai ficar mais complicado atender o que foi pedido", explica o arquiteto Eduardo de Castro Mello, responsável pelo projeto do estádio Mané Garrincha, em Brasília.

O fato é que a Fifa está levando a ferro e fogo as exigências e a palavra "exceção" passa longe do dicionário da entidade. Tudo para que o evento tenha a cara mais bonita possível, sem qualquer tipo de preocupação com o que ficará para depois do Mundial. "Eles [a Fifa] estão sendo inflexíveis. A festa é deles e dizem quem pode entrar e quem não pode. Quanto mais você agradar e atender às necessidades, mais eles ficam satisfeitos. Não estão preocupados com legado, mas com a condição de trabalho durante a Copa", analisa Mello.

A intolerância com os projetos "desatualizados" resultou em várias modificações no desenho da Arena e justamente em alguns setores nos quais tudo parecia resolvido e sob controle: fornecimento de energia elétrica, ar condicionado em áreas VIP, sistema de iluminação, gramado e cadeiras.

O que chama mais a atenção é a substituição de todos os assentos atuais. Só este item custará R$ 11 milhões. Apesar de ser apenas uma recomendação e não obrigação, as cadeiras serão rebatíveis, como as de teatro, sem estofamento – tecido especial, só para os VIPs. Só que a re­­comendação se transforma em exigência em função da norma de segurança da Fifa, feita junto com o Corpo de Bombeiros. Essa troca é para cumprir a necessidade de ter 40 centímetros de passagem livre nos espaços entre os degraus, não existente hoje no estádio atleticano.

As cadeiras nem sequer foram compradas, muito menos instaladas, e a Copa está três anos distante, mas o Atlético já se preocupa com a manutenção do material. "O que vamos fazer com as cadeiras atuais, que são modernas, recentes e de boa qualidade? Temos de tirar as 24 mil, colocar num depósito, comprar novas e correr o risco de ver em quanto tempo vão quebrar. A tendência é de não suportarem dois jogos pulando em cima. Uma cadeira dessas pode virar uma arma", diz, com re­­ceio, o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Gláu­­cio Geara.

Outra preocupação do clube é a indefinição sobre o que fazer com tudo o que for específico para a Copa e não é fundamental para atender às necessidades do Atlético depois de 2014. "Em torno de 50% da estrutura seria obsoleta para nós. Tem coisas que evidentemente teríamos de desativar para não gerar custos fixos", conclui Geara.

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