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Ivan Schwantes se beneficiou, junto com o irmão, de Bolsa-Atleta |
Ivan Schwantes se beneficiou, junto com o irmão, de Bolsa-Atleta| Foto:

As determinações da MP 502 vão surtir efeito positivo no esporte brasileiro?Não se cria atletas de alto rendimento por lei ou medida provisória. E não teremos tempo suficiente. São necessários pelo menos 12 anos para se ter uma geração competitiva. Seria muito mais produtivo injetar verba no esporte das escolas públicas, porque só 12% delas têm estrutura para prestar atividades esportivas.

O aumento dos valores do Bolsa-Atleta e a criação de uma categoria para atletas olímpicos são justificáveis?

Seria melhor investir essa verba na formação de gente com capacidade de fazer atleta ganharem medalhas olímpicas, como técnicos e equipes de apoio. Tem de investir na modalidade como um todo.

O senhor viu algum ponto positivo na medida provisória?

A única coisa boa é que as confederações terão de mostrar resultados e prestar contas ao Ministério do Esporte. Ainda assim, vamos ganhar medalhas nos mesmos esportes de sempre, aqueles que recebem patrocínios de empresas estatais. É uma medida imediatista e não vai surtir efeito. Seria mais interessante, por exemplo, ampliar o programa de incentivo fiscal à empresas que investem nos esportes.

Se não vai funcionar, qual a intenção de criar essa série de ações?

É criar factoides de que há um plano para o esporte. Vimos um resultado horrível dos atletas brasileiros em Cingapura [no Jogos Olímpicos da Juventude, em agosto. O Brasil levou 81 atletas, ganhou sete medalhas: três de ouro, três de prata e um bronze]. Essa é a geração que estará competindo no Rio 2016 e não foi bem. É o tipo de decisão que mostra um estado controlador. Lembra um pouco os governos autoritários do Leste Europeu, que mostravam seu poder pelo esporte.

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