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Veja os estádios da Rússia para a Copa 2018 |
Veja os estádios da Rússia para a Copa 2018| Foto:

Política

Inglaterra faz denúncias e fracassa

O processo eleitoral que culminou ontem com as escolhas de Rússia e Catar para sedes dos Mundiais de 2018 e 2022, respectivamente, foi marcado por várias acusações de fraude. Uma delas pode ter influenciado no retumbante fracasso da Inglaterra, que postulava o direito de receber o torneio em 2018. Apesar de ser considerada tecnicamente a melhor candidata, a terra do English Team viu suas esperanças ruírem logo na primeira rodada de votação.

Indiretamente, os britânicos pagaram o preço pela atuação de sua imprensa, que levou a público a principal denúncia de venda de votos no pleito da Fifa. Uma matéria publicada pelo jornal Sunday Times causou a suspensão de dois dirigentes – Reynald Temarii, do Haiti, e Amos Adamu, da Nigéria – e colocou a entidade em apuros para evitar uma crise insustentável. Ontem, veio o troco.

A escolha da Fifa manteve também uma tendência de internacionalizar os eventos esportivos de grande porte. Movimento que começou com os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, passando pela Copa da África do Sul, neste ano, e chegando à Olimpíada de Inverno na Rússia, em 2014 – mesmo ano em que o Brasil abrigará o Mundial. O país ainda terá os Jogos de 2016, no Rio.

Da Redação, com agências

  • Veja os estádios do Catar para a Copa 2022

Zurique - "Nós vamos para terras novas". As palavras do presidente da Fifa, Joseph Blatter, resumem o resultado da votação de ontem, em Zu­­rique, que definiu as sedes das edições da Copa do Mundo de 2018 e 2022. Para o primeiro evento, a escolhida foi a Rússia; em seguida, o torneio será disputado no Catar. "Os árabes esperaram um longo tempo essa Copa", fechou Blatter.

Mais do que levar o Mundial para locais que nunca tiveram a oportunidade de abrigá-lo – o Leste Europeu e o Oriente Médio verão a disputa em seus territórios pela primeira vez –, a Fifa optou mesmo por garantir lucros sem precedentes. Rússia e Catar, mesmo tendo deixado a desejar nas avaliações técnicas, prometem gastar toneladas de dinheiro para virarem o centro do mundo futebolístico por cerca de um mês.

Cálculos apresentados pelos governos dos dois países vencedores indicam que eles serão motores do crescimento da economia mundial na próxima década. Mas, on­­tem mesmo, ativistas criticaram a escolha e alertaram que as duas nações estão entre as que mais apresentam violações aos direitos humanos. A imprensa é censurada e a democracia é ainda apenas um projeto.

A Rússia, mesmo sem estádios ainda construídos e nem infraestrutura básica de aeroportos e hotéis, bateu a candidatura conjunta de Espanha e Portugal, onde a Copa, segundo o presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, poderia ocorrer "no mês que vem". Os ibéricos tinham todos os estádios, 50 aeroportos e trens-balas. Além de quartos nos hotéis em maior número do que exige a Fifa. Mas os dois países estão quebrados, enfrentando um desemprego de 20%.

A Inglaterra foi a primeira a ser eliminada. E reclamou. "A avaliação indicava que éramos a melhor. Mas parece incrível que essa tenha sido a opção. Não sei o que mais teríamos de fazer", lamentou o chefe da delegação, Andy Anson.

Os russos usaram o discurso das cifras: têm de construir tudo e, portanto, oferecem contratos bilionários ao mundo do futebol. Moscou gastará US$ 3,8 bilhões em estádios, valor superior ao do Brasil para 2014. "Para a Fifa, será o acesso a um novo mercado", admitiu o ministro de Esportes do país, Vitaly Mutko. "Já tivemos dez Copas na Europa Ocidental. Que­­bramos mais um muro."

A grande surpresa, porém, foi a vitória do Catar. "Ninguém acreditava em nós", admitiu o xeque Hamad Al Thani, herdeiro do trono e presidente da Federação de futebol do país. A minúscula nação do Oriente Médio bateu os EUA, os australianos, a tecnologia japonesa e os sul-coreanos.

Nos relatórios técnicos, o calor do deserto e o fato de o país ser basicamente apenas uma cidade – Doha – pesavam contra. Parece ter não sido um problema tão grave diante da promessa de que os lucros para o futebol no Oriente Médio seriam de US$ 14 bilhões até 2022. Nem a presença de um Irã nuclear às portas do Mundial, da guerra no Iraque e Afeganistão, da instabilidade no Egito ou do conflito entre árabes e palestinos freou o ímpeto da Fifa por lucros.

Veja no blog Arquibancada Virtual os vídeos dos dois vencedores

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